24 de ago. de 2009

Pensando Positivo - Drogas: causa e consequência

Por Niaia Sarubbi Resing
Colunista do Blog

Todos nós ouvimos falar quase que diariamente, sobre as drogas, especialmente em nossa cidade. Nas rodas formadas para conversas informais, comenta-se da quantidade de crianças e adolescentes envolvidos. Tudo no “achometro”. Não sabemos realmente a situação de nosso município em relação aos índices, se crianças e adolescentes somente são usuários, enfim, dados que fariam com que a gente descansasse ou apavorasse.

Sabemos que nos dias de hoje, a instituição família está totalmente desestruturada e isso faz com que se agrave o problema. Reclamávamos da rigidez da criação de antigamente, porém, não se ouvia falar tanto nesse assunto quanto hoje. A palavra Não foi banida do dicionário de pais e mães, que acreditam ser mais fácil deixar seu filho ir para a rua, a qualquer hora do dia ou da noite, sem sequer dar satisfação para onde vai, com quem vai estar, o que vai fazer.

Longe de uma ditadura, apenas a coerência entre dizer não e ficar com seu filho incomodando em casa ou dizer sim e deixar seu filho totalmente livre para fazer o que bem entender. Inclusive, desde a criação do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei Federal nº 8.069/1990, as pessoas confundem responsabilidades que são dos pais e transferem ao Conselho Tutelar. É o que fazem quando não podem mais com seus filhos: ameaçam que vão ao Conselho Tutelar. É preciso fazer alguma coisa para que as famílias tomem consciência de que a primeira responsabilidade na educação de seu filho é de sua competência. Trazer de volta o verdadeiro conceito de família.

As drogas são uma consequência dessa desestruturação, onde o menor busca nas ruas e nos outros o que deveria ter em casa, como carinho, atenção, respeito, dignidade e amor. Eu trabalhei muitos anos em uma escola onde os alunos são de baixa renda, pobres mesmo, e onde também existem alunos de renda média. São crianças já discriminadas em casa, sem estrutura nenhuma, onde ainda existem agravantes: a fome e o frio.

Mas também lembro de que muitas dessas crianças tinham o básico para a sobrevivência material e hoje são profissionais competentes. Pessoas que precisaram sair do município para fazer a vida, mas conseguiram, porque a base sólida de educação eles receberam no seio da família. Enquanto isso, muitos não tiveram a mesma sorte e se perderam no mundo das drogas.

O que a familia não se dá conta é que o “não” dito no momento certo pode até doer, mas evitará muitos problemas no futuro, o que poderá ser muito pior do que negar alguma coisa. As drogas são um problema sério e que não estão presentes apenas no nosso municipio, porém, é dele que precisamos cuidar. E não adianta dizer que o “problema não é meu”, na minha família não tem ninguém que use drogas, porque ninguém está livre de passar por isso.

Nós, cidadãos pinheirenses, devemos sim fazer alguma coisa para amenizar essa situação. A união dos pinheirenses, com os órgãos competentes e o poder público, podem dar o primeiro passo para que essa situação tão crítica seja, pelo menos, amenizada. Vamos unir forças e não deixar nossas crianças e adolescentes se perderem nesse universo tão triste.

Niaia Sarubbi Resing é pinheirense, formada em Publicidade e Propaganda pela Urcamp. Atualmente, trabalha como funcionária pública municipal e assina a coluna Pensando Positivo.

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