22 de ago. de 2014

UFPel em Pinheiro Machado

Por Frank Pereira

Em novembro do ano passado, nas dependências da Universidade Federal de Pelotas – UFPel, foi realizada uma reunião com a participação de membros dos Poderes Executivo e Legislativo municipais, acadêmicos do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental e membros da comunidade pinheirense, com a reitoria daquela instituição. Reunião esta que tinha como principal objetivo a discussão da manutenção do polo da Universidade em Pinheiro Machado. 

Na oportunidade foi entregue às mãos do reitor um abaixo-assinado com aproximadamente mil (1000) assinaturas de pessoas da comunidade, pessoas estas que manifestaram interesse totalmente positivo na manutenção da unidade em nossa cidade, não só com o curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, mas também com a possibilidade da vinda de novos cursos, pessoas estas que em sua maioria são alunos do ensino médio e que estão ainda sem opção definida para a continuidade das suas vidas escolares e que, com certeza, teriam uma chance maior com a permanência da entidade em Pinheiro Machado, não havendo a necessidade de se deslocarem para outras cidades vizinhas ou até irem embora da sua terra natal para continuarem estudando. A conclusão dessa reunião já foi divulgada em outra matéria na mídia local, mas em resumo, as solicitações e argumentações solicitadas pela comitiva de Pinheiro Machado, foram negadas. 

Os argumentos que foram colocados pela reitoria não condizem com a realidade, pois a mesma alega que a extinção do curso de TGA na cidade, bem como o provável fechamento da unidade, seria por questões econômicas. Algo que é totalmente condenável! Desde quando os custos com educação devem ser considerados como despesa? Educação é investimento no futuro do nosso País! Tais argumentos servem para mostrar que “estão economizando alfinetes” em detrimento do desenvolvimento de uma região que se encontra geográfica e estrategicamente bem posicionada para ser um pólo educacional a servir os municípios do entorno. 

Nove meses após esse encontro, mais especificamente no dia onze (11) de agosto deste ano, uma comitiva pinheirense, composta pelo Prefeito Municipal, Secretária de Educação e membros da comunidade foram recebidos novamente pela reitoria da Universidade em Pelotas, agora pela vice-reitora. Infelizmente nada mudou em relação a reunião anterior. Não nos deram expectativa alguma. Uma pena realmente! Talvez a reitoria não saiba o quão importante se faz para uma região a manutenção da Universidade em nossa cidade. 

Provavelmente a reitoria não saiba também dos projetos que estão sendo desenvolvidos por acadêmicos do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental da unidade de Pinheiro Machado em parceria com o Departamento Municipal de Meio Ambiente, projetos estes como o de “Reaproveitamento do óleo de cozinha”, o de “Aquisição de lixeiras para coleta seletiva”, este último em parceria com o Poder Judiciário e também com empresas privadas do Município. 

A reitoria com certeza não deve saber das palestras que estão sendo ministradas por acadêmicos do curso e por servidores do Departamento Municipal do Meio Ambiente, nas escolas da cidade e do interior, as quais têm como meta conscientizar a população estudantil sobre a problemática do lixo na cidade. Palestras estas que têm como tema “Educação Ambiental frente a má disposição do lixo na cidade”, também destacando sobre o processo de coleta seletiva que está por ser implantado nesta municipalidade. Também não devem saber que está por se instalar no Município uma indústria para a produção de pellets, a qual projeta um investimento inicial de U$ 220 milhões. 

O estudo do impacto ambiental e liberação das licenças devem começar a partir de agosto deste ano. As obras devem começar no 2º semestre de 2015, com a oferta de 1500 empregos na fase de construção. O início previsto das operações é para o ano 2017. Com o fábrica em funcionamento, deverão ser 200 empregos diretos na fábrica e 600 no manuseio industrial. Com certeza a necessidade de profissionais na área ambiental fica bastante evidente. 

As questões citadas no parágrafo acima são algumas que demonstram a necessidade da permanência da unidade da UFPel em nossa cidade, vindo ao encontro do desenvolvimento econômico e sustentável do Município e também da região. Sou suspeito para falar, pois visto a camiseta do curso de Gestão Ambiental, mas é clara e notória a influência que a Universidade tem, através dos seus professores e alunos da unidade de Pinheiro Machado, tanto na mudança de hábitos das pessoas, como também na tomada de decisões relacionadas a questão ambiental municipal, colaborando em audiências públicas, na elaboração de planos ambientais. 

Portanto, gostaria que estas linhas chegassem até a reitoria da Universidade Federal de Pelotas e que a mesma pensasse melhor sobre a questão, olhando com outros olhos a manutenção da unidade em Pinheiro Machado.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito oportuna a matéria e muito bem escrita, deveriam achar uma alternativa de fazer chegar no Diario Popular, ai sim os aguapés se mexeriam.

Rui Duarte Jr disse...

É extremamente estranho ver agora o executivo e legislativo municipal tentando com todos os artifícios manter o pólo da UFPel em Pinheiro Machado. Até hoje sempre ouvi aqui por Pelotas a versão de que o legislativo fez de tudo para conseguir para si o espaço que seria doado para a UFPel (anexo à câmara) Nas cidades como Bagé e Caçapava do Sul o executivo doou 10 hectares para a instalação da Unipampa (então parte da UFPel). Em Pinheiro Machado ficaram brigando por duas salas junto a câmara para expandir seu espaço. Agora leio enormes textos sobre pessoas buscando MANTER algo que está praticamente perdido. Acredito que ao invés disso deviam propor algo novo, propor projetos, trazer idéias novas, trabalhar de fato para conseguirem algo. Parece que pedir esmolas é mais fácil.
Por fim, acredito ser necessário dizer que se realmente quisessem fazer algo deveriam ter procurado fazer algo novo, com os coordenadores de curso de diretores de centro. Propor projetos, recomeçar a parceria, mostrar que a relação com a cidade tem seu valor. Mostrar os potenciais da localidade (que não se resume a ovelhas).
Abram suas cabeças.
Será que é tão difícil trabalhar de verdade, buscar algo novo ao invés de ficar reclamando?

Anônimo disse...

Senhor Rui Duarte Jr, o espaço a que se refere, foi doado sim à UFPEL, gostaria que o senhor visitasse esse espaço, que hoje envergonha a nós pinheirenses. Aliás o que sobra são as paredes e a UFPEL não reforma o prédio, nem devolve para a Prefeitura. Quanto ao texto de Frank Pereira,está claro, ele se refere aos cursos e não a espaços, visto que o Curso de Gestão Ambiental funciona nas dependências da Mitra Diocesana de Bagé (antigo GINALUZ). Você deveria se inteirar mais sobre o nosso município. Não estamos pedindo esmolas, e Pinheiro não é só terra da ovelha, leia os noticiários...