17 de nov. de 2014

Uma análise política de Pinheiro Machado

Por Luiz Fernando Leivas 
Economista e Ex-prefeito de Pinheiro Machado

O governo municipal de Pinheiro Machado atravessa uma séria crise política. A razão é a saída de secretários - como o da Agropecuária e da Educação - do governo, nos últimos dias. O fato a ser registrado é que os dois secretários são do partido do Prefeito e teriam eles pedido demissão, detonando a crise política. 

Desnecessário discorrer sobre a crise financeira do município e das outras dificuldades políticas e administrativas, etc., etc. Vamos ao que interessa. Ao ponto central e sem ser passional. Felipe parece não ter sorte. Quando assumiu pela primeira vez precisou dar conta de todos os erros e problemas do governo anterior. Não teve tempo para fazer o que pretendia. Quando pôde, puxaram-lhe o "tapete" e não o deixaram concorrer a reeleição. Agora é a mesma coisa. 

O governo golpista - que assumiu após o golpe de 2011 - destruiu tudo. Mandou uma creche embora, não terminou os postos de saúde, não quis saber de calçamento nas ruas onde moram os mais pobres, doou terras DO MUNICÍPIO para amigos lá de Arroio Grande (era uma fábrica "não sei do quê" que ia funcionar ali perto do trevo - já está funcionando?). E não doaram um prédio para APAE - retiraram o Projeto 40/2011. Pinheiro Machado ficou parado. Nenhum projeto novo. Nada. 

Felipe assume e de novo tem que correr atrás e não consegue impor as suas próprias ideias. Os seus próprios programas. Não estou defendendo o Prefeito nem fazendo juízo de valor ou qualquer crítica a sua pessoa ou ao seu governo. Mas Felipe teve que iniciar do 'zero' de novo. Ainda bem que tem toda a nossa base, deixada como herança. E são muitos projetos. É só ir atrás. Mas isto significa ir à longínqua Brasília. Uma terra distante (quase do outro lado do mundo). Porto Alegre é mais próximo alguns diriam. Eu digo. Esqueçam Porto Alegre. BRASILIAAAA!!! 

O que está acontecendo atualmente tem sim uma origem, e ela é bem clara. Começou no golpe vereadores e do vice-prefeito. A articulação golpista dos vereadores e do vice-prefeito que derrubaram o governo do PT eleito democraticamente pelo povo é responsável direta, pela grande crise que sofre o nosso município. E quem está se dando mal nesta história. Felipe? O Governo? Não. E de novo o Povo. 

O que está acertado agora que já se pode deduzir a partir da saída de dois secretários de governo? É simples. Vão abandonar o Felipe, culpá-lo de tudo. De que não é um bom gestor, etc., etc. E vão esperar. Sorrateiramente as mesmas forças golpistas, agora, talvez, com mais 'ajudas', vão esperar o fim do governo, vão comemorar a sua agonia até o último suspiro. Com certeza já estão articulando novas alianças e cargos para o futuro próximo. E o povo?... 

Ora, que pergunta mais inapropriada, não? Talvez um novo processo de cassação seja melhor. E isso o que está em jogo... Só um pouquinho. O que temos a ver com isso tudo? O que o PT de Pinheiro Machado tem a ver com isso? (o PT de Pinheiro já não estava morto? É. Estava, mas ganhou a eleição de novo como fez em 2010. E Dilma de novo ganhou a Presidência! - Eta partido chato esse PT). Nada. Não temos nada a ver com isso. Tudo!!!. Sim, temos a ver. Porque o que nos interessa é o povo. 

O povo que não tinha creche e nós fomos lá e buscamos duas. Que queria calçamento e lhe foi negado. Que queria posto de saúde e não foi terminado. Que queria universidade. E não é que veio! Que queria e quer tantas outras coisas. Mas foi obrigado a parar de realizar seus sonhos. E essa gente que importa. São pra eles que nós existimos enquanto partido. É por eles que devemos lutar. Sempre. 

Vamos ficar parados? Não podemos enquanto o povo sofre. Temos que assumir nosso protagonismo como já fizemos. Quando apresentamos para o povo de Pinheiro Machado um governo de grandes conquistas. Com grandes projetos e com prioridade clara e definida - os mais pobres. Temos que assumir a vanguarda de formar um conjunto de forças sociais e políticas capazes de manter a governabilidade e garantir o funcionamento do governo em prol da nossa gente. Não. Não falo de apoio ao governo e tampouco de alianças. Isso é outro papo. Depende de diálogo e de vontade recíproca. 

Precisamos ser solidários com o povo, agora neste momento de crise, para defender o povo. E isso. O PT de Pinheiro precisa assumir seu papel de liderança política uma vez mais. O que fazer? Ora, simples. Uma primeira pergunta é cabível. E é para o governo: Prefeito o que quer que façamos?...É assim que se vence a inércia e o resto é consequência.

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