Audiência pública, realizada na Câmara de Vereadores,
debateu os problemas de segurança enfrentados no município.
Além de produtores, representantes de entidades
rurais e das áreas política e da segurança compareceram ao encontro realizado
na última sexta-feira, 19.
Produtores rurais e autoridades políticas de
Pinheiro Machado participaram de uma reunião com representantes da área de
segurança da região, na tarde do dia 19 de junho. O encontro ocorreu na sede do
Legislativo pinheirense, a pedido do vereador Rogério Moura (PSB), para tratar
sobre a possibilidade de instalação no município o Programa Ações Integradas de
Segurança Rural (Acinser), criado há mais de cinco anos com o objetivo de
combater o abigeato.
"Na medida em que a Brigada Militar, a
Polícia Civil, a Vigilância Sanitária, Inspetoria Veterinária, Polícia
Rodoviária Federal, Polícia Rodoviária Estadual, Ministério Público,
associações rurais e outros órgãos da sociedade organizada se unirem e traçarem
táticas de ações, certamente vai surtir bons resultados e a Acinser é
isso", explicou o comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar de Bagé,
major Emílio Teixeira.
O presidente da câmara de vereadores, Geovane Teixeira.
(PSDB), reclamou que os produtores estão vendendo suas propriedades devido à
insegurança no campo. "É preciso uma fiscalização geral no comércio sempre
que acontecer abigeato. A lei do desarmamento é uma vergonha. A política estadual
e federal está mais para apoiar o marginal e vagabundo", disparou.
O coordenador da Acinser, sargento Reni Dorneles,
disse: "Linguiça é um dos destinos das carnes roubadas". O
vice-presidente do Sindicato Rural de Pinheiro Machado, Gabriel Camacho,
queixou-se que há tempos não ocorre a prisão de quadrilhas no município.
"Precisamos de operações de fiscalização constantes e em dias incertos em
todo o comércio local", salientou.
O vigilante sanitário Olício Lopes afirmou:
"Tenho condições de fazer muito mais, mas me faltam pernas devido a tanto
que tenho para fazer".
O 1° tenente da reserva da BM, Adão Martin
Pacheco, frisou que tentar reduzir o número de crimes no campo não é atribuição
somente das polícias. "É preciso uma central de informações e a
participação de todos", acredita.
Já o comandante do 5º Pelotão da Brigada Militar,
tenente Luciano Prestes, destacou que a BM desenvolve várias ações e conta com
vários projetos para combater o abigeato, porém mencionou "mas é demorado
que esses saiam do papel".
O vereador Adroaldo Azambuja (PDT), o Dado,
lamentou que o problema esbarre na legislação, o que, segundo ele, "é uma
vergonha".
O chefe da Polícia Civil do município, delegado
Gilnei Albuquerque, ressaltou que o órgão trabalha, para tentar resolver a
questão e repetidamente solicita a prisão dos culpados. "Mas, às vezes,
nem assim funciona", revelou. Teixeira enfatizou que é necessário estar
atento às jurisprudências dos tribunais, que hoje parecem divindades. "A
caneta está mandando, enquanto que na democracia o poder emana do povo. Se não
tiver delinquente preso, é piada diminuir o crime. Somos uma nação de
bandidos", lamentou o comandante.
O prefeito Felipe da Feira (PTB) quer que o
programa seja implantado imediatamente no município. "Somente depois que
isso aconteça, vou parabenizar pela iniciativa", afirmou. Também
participaram da reunião o presidente do Núcleo de Criadores de Ovinos e
Caprinos do município, Mário Alfredo Lima, o chefe do Gabinete de Gestão
Integrada Municipal de Bagé (GGIM), coronel Milton César Leite, e o
representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pinheiro Machado,
Romildo Teixeira.
PRODUTORES – O produtor rural Eduardo Veleda
participou da reunião e aproveitou a ocasião para relatar que já foi encontrada
carne clandestina no comércio local e nenhuma providência foi tomada para
reverter à situação. "Uma Brasília passou na Polícia Rodoviária Federal,
com ovelhas vivas, e nada aconteceu", reclamou.
"Existem muitas reclamações da comunidade
sobre a forma de atuação da Brigada Militar e da Polícia Civil",
acrescentou o produtor Maxi Garcia.
Hulda Alves desabafou: "Não posso mais
deixar nem um caseiro na minha propriedade rural, pois quase mataram o último
que eu tinha. lá".
E a produtora Magda Afonso criticou o fato de que
o cidadão não pode portar arma, enquanto os criminosos andam armados. Uma
alternativa que pode contribuir para minimizar o problema, conforme o produtor
Derni Roque, é a realização de barreiras policiais durante a madrugada.
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