Ex-prefeito diz que Tribunal de Contas foi muito rigoroso com ele
Quem conhece o ex-prefeito de Pinheiro Machado, José Antônio Duarte Rosa, o Zé Antônio (PDT), sabe se tratar de um homem calmo e que até transmite uma tranquilidade a quem com ele convive.
Quando perguntado em entrevista na tarde do último sábado, 13, durante a convenção do PDT realizada na câmara de vereadores da cidade, sobre as contas de 2012, que foram rejeitadas recentemente pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande Sul (TCE-RS) - fato que poderia tirar sua serenidade, novamente o ex-prefeito não mostra nervosismo, mas apenas resignação por ter confiado, segundo ele, em alguém que ficou de lhe defender perante o TCE e o não o fez. "Assim fui julgado sem sequer ter me defendido, ou seja, a revelia", lamenta, revelando que um advogado contratado por ele, acabou lhe deixando na mão.
Também, Zé Antônio lamenta o que ele classifica como algo injusto, pois no seu entendimento o TCE extremamente rigoroso com ele e o tratou como se já estivesse há quatro ou oito anos no governo. "Não, levaram em consideração que eu estava terminando um mandato, que não foi iniciado por mim", queixa-se.
Vale lembrar, que ele governou Pinheiro Machado por apenas um ano, três meses e 20 dias, após o então prefeito Luiz Fernando Leivas (PT) ter sido cassado pela câmara de vereadores por não responder a pedidos de informações do Legislativo. Como Zé Antônio era o vice, teve que assumir a prefeitura para terminar o mandato em outubro de 2011.
APONTAMENTOS - Segundo o ex-prefeito, foram três as questões apontadas por TCE-RS para a rejeição de suas contas e todas elas, na avaliação de Zé Antônio, totalmente defensáveis. Como as contas são divididas em Gestão Fiscal e Gestão Financeira, apenas a última foi rejeitada. "A primeira foi aprovada com ressalvas", disse.
O primeiro apontamento foi porque Zé Antônio deixou restos à pagar, contudo, ele se defende dizendo que o saldo que ele pegou em outubro de 2011 foi diminuído até dezembro de 2012, ou seja, deixou menor do que encontrou, cumprindo o que determina a legislação.
O segundo apontamento diz respeito a 282 crianças (com base em dados do IBGE) estarem fora da creche. Conforme o ex-prefeito, estas crianças todas são da zona rural e bastava se provar isso junto ao TCE, que o apontamento seria retirado. E o último está ligado ao famigerado Fundo de Aposentadoria e Pensão (FAPS). "Contratamos um estudo atuarial e este nos foi entregue no dia 28 de dezembro de 2012, não dando tempo de remetermos o parcelamento para a câmara de vereadores e esse foi o apontamento, ou seja, não termos parcelado a dívida em tempo hábil. Aliás foi este o maior montante de nossos restos à pagar. 20 dias depois, o cálculo aturial foi atualizado pelo prefeito Felipe (da Feira) para então fazer o parcelamento", explica.
CÂMARA - Dizendo ter a consciência tranquila de que não cometeu nenhum crime ou desvio de recurso público, Zé Antônio afirma que apenas vai esclarecer as situações: "Espero que a nossa câmara compreenda que fui injustiçado e que não pude me defender. Tenho certeza que se não tivesse sido julgado à revelia, o próprio TCE me absolveria e daria parecer favorável as minhas contas", analisa. Para escapar de ficar inelegível por oito anos, pois a câmara faz o julgamento político, o ex-prefeito precisa de seis dos nove votos dos vereadores, já que as contas rejeitadas estão, cumprindo trâmite no Legislativo e dentro em breve irão à votação. Com seis votos se derruba o parecer contrário do TCE-RS.
FUTURO POLÍTICO - Zé Antônio afirma que não possui nenhum interesse em concorrer como candidato em 2016, seja como prefeito, vice ou vereador. Ele pensa que já deu sua contribuição ao município neste sentido, dizendo que gostaria sim de ter vencido as eleições em 2012, para aí sim, fazer um governo completo. "As forças políticas sabem o que eu penso para 2016. Se aquilo que eu defendo vir a ganhar as eleições, tenho dito que estou à disposição para contribuir com este governo, talvez como secretário municipal", disse.
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