24 de set. de 2015

CRISE: Realidade/ Ação/ Reação

 
Escrito por Vilson João Weber - Presidente da FEMERGS (GESTÃO 2015/2018)

CRISE…??? 

Importante todos pararmos para efetivamente refletirmos. É hora de a imprensa tratar de dar a notícia sem a carga ideológica da classe dominante em relação aos fatos e dados disponíveis. Hora de fazer análises isentas e deixar de promover cotidianamente os interesses dos que dominam o País, e dos que tem interesse nas empresas públicas do País. Hora de abordar as questões que realmente são relevantes para o país. Precisamos parar de reproduzir o “caos” que tentam nos fazer acreditar existir. Hora de sairmos todos do imobilismo confortável da indignação falsa da reprodução do “caos”. Hora de dar menos confiança ao “deus MERCADO”, aos especuladores de plantão e confiar mais no país. O Brasil tem muitas potencialidades naturais, geográficas e é a sétima economia do mundo. Precisamos apostar em nossas capacidades empreendedoras, e em nossa capacidade de trabalho. Precisamos conversar, dialogar, estudar para conseguirmos efetivamente interpretar o que está acontecendo, e porque está acontecendo. 

A disputa está colocada a nível estadual e nacional, onde temos o debate sobre qual a importância do Estado. No “cabo de guerra” que está armado entre a Classe Trabalhadora e o detentores do poder econômico, os meios de comunicação fazem questão de criar, reproduzir, inventar o ambiente de “crise/caos” para conseguirem diminuir o tamanho do estado, apequenar o Estado, para poderem usufruir do que historicamente foi construído com muito esforço pela população, e poderem se adonar das empresas públicas, das riquezas naturais. Em termos do estado do Rio Grande do Sul, o “caos” que hoje vivemos, muito foi provocado por sucessivos governos imprevidentes e falta de gestão. Não podemos concordar, em pleno ano de 2015 com atrasos de salários, parcelamentos de salários, ingredientes da receita onde estão na mira a privatização da CORSAN, BANRISUL, etc. A nível nacional, a cartilha neoliberal do mercado faz com que também estejamos em caminhos equivocados, citando o superávit primário a receita de aumento da taxa de juros, que deterioram as condições de crescimento do país, e um dos primeiros aspectos que se percebem, perda de poder aquisitivo dos salários, a volta de índices de desemprego e condições de subemprego muito presentes na década de 90. Este é o cenário que forças criam para conseguir o ambiente favorável de privatização do “Filé Mion” o Pré-Sal e a Petrobrás.  

Como FEMERGS, estamos na luta: pela redução da jornada de trabalho para 40 horas, fim do fator previdenciário, correção da Tabela do Imposto de Renda, novo Pacto Federativo para que os municípios tenham uma fatia maior do Bolo Tributário, implantação da Negociação Coletiva – regulamentação da Convenção 151 da OIT, independência e autonomia sindical, aposentadoria especial com pagamento de insalubridade e periculosidade para todos que tem direito, liberação de dirigentes sindicais com remuneração e como se no exercício estivessem, 6 meses de licença maternidade, leis municipais que visam combater o Assédio Moral, etc… 

Em relação a movimentação das Associações da FAMURS quanto a distribuição do Bolo Tributário, queremos nos posicionar, que realmente os serviços acontecem nos municípios, as pessoas são atendidas nos municípios. No início da década de 90, somávamos 2,8 milhões de trabalhadores no serviço público municipal, e tínhamos a participação de 18% do Bolo Tributário do país, hoje somos mais de 5,5 milhões de trabalhadores e continuamos com os mesmos 18% do Bolo Tributário, ou seja, se empurrou muitos serviços públicos para os municípios, mas não vieram os recursos correspondentes. A CONFETAM – CONFEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES NO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL tirou no seu último congresso, a necessidade de construirmos uma “Marcha a Brasília” dos trabalhadores, com previsão de centenas de milhares tomando Brasília, ato que com certeza terá peso diferente do que 3 ou 4 mil prefeitos que marcham, anualmente a Brasília com o pires na mão. Estamos a favor do “Movimento do Bolo”, porém queremos dialogar com a comunidade como um todo, sobre a necessidade de termos melhorias nas condições de trabalho, nos salários dos trabalhadores, no reconhecimento de direitos.  

Estamos vigilantes, e não aceitamos pagar a conta da crise que é “criada” por desgovernos e pela voracidade do Mercado, que quer estender seus tentáculos sobre tudo. É hora de união e de reação. Precisamos avançar na conquista de direitos mínimos, como valorização, qualificação, melhora nas condições de trabalho, de ambientes de trabalho, para que consigamos levar a efeito o Serviço Público de Qualidade que tanto defendemos, e que a sociedade merece.

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