3 de nov. de 2015

Menino Pinheirense que trata-se de aplasia de medula, encanta a todos com sua energia

Reportagem: Diário Gaúcho
De um lado, uma juventude marcada pelo medo da violência. Do outro, a responsabilidade de enfrentar uma doença em plena infância. Nesta quarta-feira, dia 21, por algumas horas, as crianças da Casa de Apoio do Instituto do Câncer Infantil (ICI) esqueceram dos problemas para brincar com os jovens da Associação de Mulheres Solidárias da Vila Cruzeiro (Assmusol), em uma tarde de troca de experiências.
Foi com um grito de alegria que Pedro Henrique Saraiva Garcia, cinco anos, recebeu os novos amigos. Ele veio com a avó Mara Regina Madruga Saraiva, 52 anos, de Pinheiro Machado, no Sudeste do Estado, para tratar uma aplasia de medula.
  – O Pedro é sempre feliz. Ele diz que já está curado. Queremos acreditar que sim – diz Mara.

Surpresa

O encontro foi planejado há um mês, quando Kerollay da Rosa, 14 anos, sugeriu que os colegas conhecessem crianças de realidades distintas. Os colegas Igor Franco e Eduarda da Conceição, ambos de 13 anos, estavam preparados para encontrar crianças com fisionomia triste, mas tiveram uma surpresa. – Mesmo com a doença, eles são alegres – comentou Igor. As irmãs Mariana, 13 anos, e Giovana Baruffi da Rosa, 17 anos, já conheciam o câncer antes de irem ao ICI, ao conviverem com uma tia com leucemia. Giovana relata que, há alguns anos, deixou os cabelos crescer para vendê-los, mas que, neste ano, ela os doou para confeccionar peruquinhas para crianças com câncer. – A doação fez eu me sentir muito melhor do que o dinheiro – conta.

Segundo as meninas, a tarde foi um bom momento para refletir sobre as realidades que, mesmo sendo tão jovens, precisam enfrentar: a violência e a doença. Gurizada fora da rua Os jovens passam todas as terças, quartas e quintas-feiras na Assmusol, onde fazem aulas de artesanato e corte e costura
 – A gente vai todas as tardes no grupo justamente para poder sair de casa, para brincar, passar o tempo – fala Mariana.

A coordenadora da Assmusol, Kelly Souza, 35 anos, conta que a instituição existe desde 2001: – A ideia é garantir que eles não estejam na rua.
A estudante de Design Quitéria Oliveira e a jornalista Eduarda Schiffino, que realizam um trabalho voluntário na Assmusol, proporcionaram o encontro. Quitéria acredita que a troca de experiências fará a diferença no futuro dos jovens. – São sempre eles que recebem ajuda. Agora, foi a vez deles ajudarem – conclui.

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