Reunião discute mobilização para contestar empreendimento da Votorantim Metais

Plenarinho da Câmara de Vereadores foi sede do encontro

 Crédito: Anderson Ribeiro

O plenarinho da Câmara de Vereadores de Bagé sediou, ontem pela manhã, mais uma reunião de um grupo formado por representantes de entidades da comunidade local, bem como do Legislativo bageense, que contesta a instalação de uma mina projetada pela Votorantim Metais Holding em Caçapava do Sul.

A mobilização tem, entre seus integrantes, moradores da localidade de Palmas. O grupo está unido para tentar impedir a instalação do denominado “Projeto Caçapava do Sul”, por temer a possibilidade de o empreendimento trazer riscos ao meio ambiente de toda a região que envolve, dentre outros municípios, Caçapava do Sul, Santana da Boa Vista, Bagé e Pinheiro Machado. Alega-se que o beneficiamento de material polimetálico como chumbo, cobre e zinco trará riscos ao ecossistema da região que integra o bioma Pampa, principalmente ao rio Camaquã.

Uma das integrantes do grupo, Márcia Collares, destaca que a mobilização está forte, ganhando, a cada dia, mais apoiadores. Para isso, são utilizadas as redes sociais e veículos de comunicação, entre outros meios.  “Entidades como o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema), Ecoarte, o curso de Biologia da Urcamp, a Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã (Adac), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Camaquã e a Frente de Autodefesa do Camaquã (FAC), Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bagé, Instituto de Permacultura da Pampa (IPEP), por exemplo, estão conosco nessa ação”, detalha ela ao ressaltar, também, o apoio de personalidades de áreas como da pesquisa, da educação, do meio ambiente, e também da música nativista gaúcha, como Luiz Marenco, Joca Martins, Lisandro Amaral, Nílton Ferreira e Guilherme Collares.

Ela também reitera que nas redes sociais a manifestação de pessoas contrárias à construção da mina está com inúmeros apoiadores. “Estamos divulgando os prejuízos que esse projeto poderá trazer com cartazes fixados em prédios e locais públicos, além de um abaixo-assinado. Acreditamos que a população rural que vive em torno do rio Camaquã tem consciência dessa ameaça ao meio ambiente, agora queremos que a população urbana também seja sensibilizada com essa situação”, declara.

Evento

O Legislativo local vem sediando, todas as segundas-feiras, encontros para discutir o projeto até a realização das audiências públicas, que acontecerão de 22 a 24 de novembro, em cidades como Santana da Boa Vista, Bagé e Pinheiro Machado. A ação de reunir as representações é do vereador Antenor Teixeira (PP) e, na de ontem, entre os diversos temas discutidos, uma das iniciativas foi a promoção de um evento, nas Palmas, no começo de novembro. Nele, haverá palestras de técnicos e integrantes das entidades apoiadoras do movimento em local próximo ao rio Camaquã. “Terá o objetivo de aumentar a nossa força antes da realização das audiências públicas”, comenta Márcia Collares.  

Fonte: Folha do Sul