Coluna de Quinta - Quem pode fazer, que faça

Por Vinicius Peraça

Colunista do Blog

Foto: Eduardo Beleske

Estive em Rio Grande no último sábado. Cobri a vinda do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, para a devolução dos 40 contêineres de lixo doméstico enviados ao Brasil pela Inglaterra (quer saber mais, clique aqui). Resolvi falar sobre isso porque na coluna passada falei sobre o lixo em Pinheiro, e nesse episódio do porto de Rio Grande fiquei sabendo de coisas importantes sobre o mesmo tema.

Por exemplo: o envio de lixo dos países ricos para os pobres ou em desenvolvimento é uma prática mais comum do que se imagina. Países da Europa exportam todo o tipo de porcaria, tratando outras nações como latas de lixo do planeta. E o Brasil é uma destas. O ministro e o pessoal dos portos afirmaram que estes não são os primeiros contêineres com carga deste tipo a aportar no país. Muita coisa já passou e ninguém ficou sabendo. Absurdo.

Mas na reunião com Minc e conversando com assessores do Ministério fiquei mais impressionado com outra informação. Acredite, já existem empresas especializadas em descartar cargas gigantescas de lixo em alto mar. Os países ricos, sem espaço em seus territórios para armazenar os restos do que consomem e com pouco interesse para investir em alternativas para o problema, simplesmente pagam para que navios lotados de contêineres com lixo joguem tudo no mar. Simples assim. Param em algum lugar do oceano e despejam. Incrível!

O que leva a acreditar que realmente não há volta para o processo de destruição do planeta. Sempre existe alguém lucrando com ações prejudiciais à maioria. E o mais impressionante é o fato das pessoas comuns (você, eu, o vizinho) dizerem-se indignadas e a maioria não abrir a boca para reclamar.

Temos que exigir responsabilidade social e ambiental a começar por nossa cidade. É preciso fazer com que o pessoal que está sentado em confortáveis cadeiras e têm a possibilidade de executar projetos importantes movimente-se não apenas para pegar o cafezinho. Quem tem a responsabilidade de gerenciar uma cidade deve ser cobrado. E deve mostrar serviço.

O jornalista pinheirense Vinicius Peraça escreve a seção Coluna de Quinta, onde fala sobre assuntos de Pinheiro Machado. Mas também pode produzir outros textos. Sempre, é claro, às quintas-feiras.