7 de mai. de 2016

Insegurança no campo motiva reunião de produtores rurais

O aumento nos casos de abigeato na região da localidade da Bolena até Torrinhas motivou uma reunião de cerca de 20 produtores com representantes da Polícia Civil. O encontro ocorreu, ontem de manhã, na Estância do Baú, propriedade do médico veterinário Alfredo da Cunha Pinheiro. 

Os inspetores e integrantes do Cartório do Abigeato, Élton Barcelos Leite, Leila Simões e Wilson Gonçalves, ouviram os relatos dos produtores, a maioria vítima de furto em suas propriedades. Os depoimentos de cada um dos produtores destacavam a quantidade de animais que foram levados do campo com vida, ou carneados. Bovinos, ovinos, cabritos e até cavalos foram roubados das propriedades. 

No entanto, muitos também comentaram que eletrodomésticos e móveis também já foram retirados das residências. Até mesmo em uma tentativa de furto, feita há cerca de 15 dias, um empregado de uma propriedade rural foi atingido por três tiros, sobrevivendo graças ao socorro da esposa e de outros produtores. 

Esse clima de grande insegurança no campo foi uma das principais justificativas para que os produtores se mobilizassem para a reunião. “Fizemos um levantamento com os produtores e quase todos tiveram animais furtados de suas propriedades. Eu já tive três vacas furtadas e agora desapareceram 15 novilhos. Achamos oito, mas ainda faltam sete. Com a chegada do inverno, anoitece mais cedo, e isso facilita a ocorrência desses crimes. Por isso, convidamos as autoridades policiais para ouvirem os relatos dos produtores que foram lesados e buscarmos alguma solução para esse crime que vem ocorrendo cada vez mais em nossa região”, disse Alfredo Pinheiro. 

Após ouvirem as manifestações dos produtores, os inspetores frisaram que estão atuando na medida do possível, mas que a falta de recursos e, principalmente de efetivo, afeta na repressão aos criminosos. 

Porém, conforme ressaltou o inspetor Elton, a informação é a principal ação para que os órgãos de segurança possam diminuir a incidência dos crimes no campo. “Há uma dificuldade de se obter informações sobre suspeitos, por isso, é importante que sempre que se tenha algum dado repasse para as autoridades policiais. Além disso, antes de se contratar algum funcionário para os trabalhos no campo que se busque saber mais sobre essa pessoa”, comentou. 

Já o inspetor Wilson reiterou que iniciativas como a realizada pelo produtor Alfredo Pinheiro devem ocorrer mais vezes, convidando também representantes de sindicatos, poder público, entre outros, para mostrar o atual cenário da criminalidade do campo. Integração que favorecerá no combate ao crime. 

Essa opinião também foi compartilhada pelo produtor Darci Vargas que, assim como outros presentes, enfatizou que a fiscalização em açougues e restaurantes deve ser ainda mais efetiva para dificultar o comércio de carne irregular. 

O produtor e pesquisador aposentado da Embrapa de Bagé, Éber Borba, enalteceu o encontro definindo-o como uma reação à onda de criminalidade no campo. Borba também apontou a necessidade de um maior entrosamento entre os produtores e os órgãos de segurança para que juntos possam diminuir as ocorrências de furtos no campo. “É muito importante iniciativas como essa. Precisamos agir, pois estamos desprotegidos”, declarou. 

Foi decidido pelos produtores que o problema da insegurança no campo será levado para outras autoridades através de um documento, bem como já está sendo estudado pelo grupo um estudo de contratação de segurança particular para que possam ter ações de vigilância nas propriedades da região.

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