Depois de ver o bem que possui há anos - e que também é o seu "ganha pão" - tombado quase na entrada da Ponte do Costa, em Piratini, o caminhoneiro José Stark, de 50 anos, que desde os 12 ocupa um assento de veículos pesados para ganhar a vida, sorria largamente, contrastando com a situação.
A justificativa para tal contentamento é que ele acabara, com sua prudência e coragem, de evitar não só talvez a sua morte e a de seu ajudante, Giovane da Silva Furtado, mas também a maior tragédia da velha e ineficaz travessia.
"Pisei no freio do caminhão carregado de adubo e semente a cem metros da entrada da ponte e nada, ele não reduziu. Olhei para frente e, em cima dela [a ponte], vinham quatro carros e um caminhão de pequeno porte. Não tive alternativa, arrisquei, joguei no barranco e ele virou", relatou Stark.
Segundo o motorista, o primeiro carro era ocupado por uma mulher que, ao ver seu gesto salvador, se emocionou.
"Ela desceu e não parava de me agradecer, pois seria a primeira a chocar-se de frente com minha carreta, então, se eu não fizesse isso a esta hora a funerária estaria juntando cinco ou seis corpos", contou.
Diante da situação, que ocorreu no final da tarde de domingo (19), ele não deixou de revoltar-se com a ponte em que passa há mais de 30 anos.
"Entra governo e sai governo, todos prometem e nenhum cumpre. Desde meus 20 anos eu passo nela e, sendo bem realista, não sei se vou viver para vê-los construindo a nova", finalizou.
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