Por Nadianne Momo
Colunista do Blog
Como jornalista formada, jamais deixaria de me manifestar sobre o tema polêmico que tomou proporção nacional na última semana: o STF derrubou a obrigatoriedade do diploma para o exercício da função de jornalista. Na mais pura verdade daqui para a frente, qualquer um poderá dizer que é jornalista, mas poucos poderão dizer que são bons jornalistas.
Em nossa região, anualmente a Urcamp forma profissionais. Alguns excelentes, outros nem tanto, como acontece em qualquer profissão. Há bons e maus jornalistas assim como bons e maus advogados, médicos, arquitetos e engenheiros. Como em qualquer decisão há pros e contras. Para quem não sabe, o curso superior de Comunicação Social dura quatro anos, ou seja, oito semestres, estudando redação, teorias, semiótica, informática, planejamento gráfico, filosofia, sociologia, tudo para que o jornalista se torne um profissional com ampla visão de mundo, crítico, indignado, curioso, criativo e ainda, pagando caro por isso, mensalidades valiosas. Parabéns para que é tão autodidata e suficientemente inteligente para aprender e pôr em prática tudo sozinho, sem um mestre. Eu não sou. Eu não fui, por isso fiz faculdade e mais, faria tudo de novo.
Ser jornalista ao contrário do que os “ditos jornalistas” dizem não é só ter habilidade com as palavras, senão os profetas de Cristo formariam uma equipe de redação. Ser jornalista é ter um amplo e diversificado olhar sobre o mundo. É ter aquelas noções de psicologia que faz com que saibamos identificar se uma fonte está mentido ou não em uma entrevista através da sua comunicação corporal. É saber construir um texto colocando o lead de maneira correta e as impressões do repórter que não fazem o texto se parecer com uma ata mas sim uma construção do jornalismo interpretativo. O que é notícia? Que bom que todo mundo soubesse que há critérios como o ineditismo, improbabilidade e proximidade. Se soubesse que é box, retranca, bigode, pirâmide invertida, release, então para que os jornais?
Na minha infância adorava desenhar plantas de casas, prédios e etc, mas nem por isso me considero arquiteta. Conheço bem meus direitos trabalhistas e de consumidora, mas nem assim me considero advogada. Agora dizer que saber escrever e ter intimidade com as palavras é o requisito suficiente para ser jornalista, por favor, é muita pretensão!. Com todo o respeito aos não formados que exercem a profissão, e aliás há excelentes no mercado, ser jornalista é mais. É fazer um texto sem se enredar e ouvir as duas partes utilizando o release como base e não como cópia, usar fontes de peso, buscar sempre o furo e querer sair da frente, elaborando textos que de alguma forma influencie pessoas.
Na região temos exemplos formados na Urcamp. Dionana Mello, repórter da ZH na região metropolitana; Marina Lopes representante da ZH na fronteira Oeste; Fábio Shafner da ZH em Brasília; Márcia Marinho, assessora do deputado Afonso Hamm, entre outros além dos mestres que lá ensinaram como Fifa Quintana que por muitos anos assessorou Pedro Simon; Cárlida Emerin, uma das poucas doutoras na área que hoje é coordenadora do Curso de Comunicação da Unipampa em São Borja e teve sua tese premiada em nível nacional. E ainda as vozes que entrar pelo rádio em nossas casas todos os dias, Emanuel Muller e João Vicente Gallo formados, que ilustram a maior rádio da região, a Difusora AM. Gostaria de falar de mais colegas e amigos, mas são muitos e que só posso dizer para quem este artigo tiver a oportunidade de alcançar: “Força. Somos jornalistas de fato, direito e capacidade e não meros conhecedores da arte de se comunica. Sempre tem lugar para quem é bom”.
Citei tantos nomes de formados de sucesso e reconhecimento, agora por favor, cite no mínimo cinco não formados da região com o tamanho patamar...
Abraços
Nadiane Momo
Jornalista
Colunista do Blog
Como jornalista formada, jamais deixaria de me manifestar sobre o tema polêmico que tomou proporção nacional na última semana: o STF derrubou a obrigatoriedade do diploma para o exercício da função de jornalista. Na mais pura verdade daqui para a frente, qualquer um poderá dizer que é jornalista, mas poucos poderão dizer que são bons jornalistas.
Em nossa região, anualmente a Urcamp forma profissionais. Alguns excelentes, outros nem tanto, como acontece em qualquer profissão. Há bons e maus jornalistas assim como bons e maus advogados, médicos, arquitetos e engenheiros. Como em qualquer decisão há pros e contras. Para quem não sabe, o curso superior de Comunicação Social dura quatro anos, ou seja, oito semestres, estudando redação, teorias, semiótica, informática, planejamento gráfico, filosofia, sociologia, tudo para que o jornalista se torne um profissional com ampla visão de mundo, crítico, indignado, curioso, criativo e ainda, pagando caro por isso, mensalidades valiosas. Parabéns para que é tão autodidata e suficientemente inteligente para aprender e pôr em prática tudo sozinho, sem um mestre. Eu não sou. Eu não fui, por isso fiz faculdade e mais, faria tudo de novo.
Ser jornalista ao contrário do que os “ditos jornalistas” dizem não é só ter habilidade com as palavras, senão os profetas de Cristo formariam uma equipe de redação. Ser jornalista é ter um amplo e diversificado olhar sobre o mundo. É ter aquelas noções de psicologia que faz com que saibamos identificar se uma fonte está mentido ou não em uma entrevista através da sua comunicação corporal. É saber construir um texto colocando o lead de maneira correta e as impressões do repórter que não fazem o texto se parecer com uma ata mas sim uma construção do jornalismo interpretativo. O que é notícia? Que bom que todo mundo soubesse que há critérios como o ineditismo, improbabilidade e proximidade. Se soubesse que é box, retranca, bigode, pirâmide invertida, release, então para que os jornais?
Na minha infância adorava desenhar plantas de casas, prédios e etc, mas nem por isso me considero arquiteta. Conheço bem meus direitos trabalhistas e de consumidora, mas nem assim me considero advogada. Agora dizer que saber escrever e ter intimidade com as palavras é o requisito suficiente para ser jornalista, por favor, é muita pretensão!. Com todo o respeito aos não formados que exercem a profissão, e aliás há excelentes no mercado, ser jornalista é mais. É fazer um texto sem se enredar e ouvir as duas partes utilizando o release como base e não como cópia, usar fontes de peso, buscar sempre o furo e querer sair da frente, elaborando textos que de alguma forma influencie pessoas.
Na região temos exemplos formados na Urcamp. Dionana Mello, repórter da ZH na região metropolitana; Marina Lopes representante da ZH na fronteira Oeste; Fábio Shafner da ZH em Brasília; Márcia Marinho, assessora do deputado Afonso Hamm, entre outros além dos mestres que lá ensinaram como Fifa Quintana que por muitos anos assessorou Pedro Simon; Cárlida Emerin, uma das poucas doutoras na área que hoje é coordenadora do Curso de Comunicação da Unipampa em São Borja e teve sua tese premiada em nível nacional. E ainda as vozes que entrar pelo rádio em nossas casas todos os dias, Emanuel Muller e João Vicente Gallo formados, que ilustram a maior rádio da região, a Difusora AM. Gostaria de falar de mais colegas e amigos, mas são muitos e que só posso dizer para quem este artigo tiver a oportunidade de alcançar: “Força. Somos jornalistas de fato, direito e capacidade e não meros conhecedores da arte de se comunica. Sempre tem lugar para quem é bom”.
Citei tantos nomes de formados de sucesso e reconhecimento, agora por favor, cite no mínimo cinco não formados da região com o tamanho patamar...
Abraços
Nadiane Momo
Jornalista
Nadianne Momo é jornalista com pós-graduação em gestão de pessoas. Nascida em Bagé, mas radicada no município vizinho de Candiota, assina a coluna Pirâmide Invertida, que abordará assuntos de interesse da região.
3 comentários:
Parabéns Nadiane, ótimo texto. Abraço
Baita postagem mesmo, parabéns!
Muito bom, Nadiane. Se hoje temos jornalistas que sequer sabem construir uma notícia e buscar as fontes certas, imagine daqui para frente sem a exigência do diploma. Além disso, a tendência é de desvalorização profissional, já que as empresas menos compromissadas com a qualidade profissional irão pagar salários abaixo do piso (que já é baixo).
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