Por Luiz Henrique Chagas da Silva
Colunista do Blog
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É conhecida de todos a fábula da moça que estava no aeroporto esperando seu horário de embarque e comprou um pacote de bolachinhas, uma revista, dirigiu-se a sala de espera e sentou-se ao lado de um homem, separados apenas por uma cadeira, para ler e deliciar-se com as bolachinhas recheadas que acabara de comprar. Abriu a revista, pegou o pacote que estava sobre a cadeira vazia, abrindo-o serviu-se de uma bolacha, momento em que o homem também serviu-se e assim foram até chegar a ultima bolacha, quando o homem a pegou, repartiu ao meio, comeu sua metade e deixou a outra no pacote.
Pensando no quanto aquele homem era abusado, sem respeito, folgado, ouviu a chamada de embarque. Dirigiu-se ao avião, acomodou-se em sua poltrona e abrindo a bolsa de mão a fim de apanhar uma bala, constatou que seu pacote de bolachinhas estava ali, intacto, no interior da bolsa. Envergonhada pensou de como fora estúpida, maliciosa, egoísta em seus pensamentos, chegando a pensar em agredir o homem que atrevidamente comera daquelas que ela pensava ser as “suas bolachas”, de imediato decidiu: “Tenho que desculpar-me!”. Mas era tarde, o homem havia embarcado em outro avião que já decolara.
Quantas vezes estamos na sala de espera da vida, nos deliciamos das alegrias alheias, das vitórias de outros, ficamos até irritados por acreditar que aquela vitória ou aquela alegria era nossa, exclusividade nossa, como poderiam os outros usufruí-las também? Em quantas oportunidades julgamos mal os nossos semelhantes por puro egoísmo, por não acreditar que dividir é também multiplicar? E quantas vezes deixamos que pessoas que queremos bem, ou que simplesmente devemos um pedido de desculpa, sigam outro caminho, até mesmo partam definitivamente, e não somos capazes de corrigir nossos erros? Em quantas oportunidades temos um sentimento, seja da intensidade que for, com o sentido que for, e não o revelamos, não seria isto uma forma de egoísmo?
A vida nos traz diversos ensinamentos, de alguns aprendemos um pouco, de outros, quase nada e da grande maioria, simplesmente ignoramos. Por isso, os homens são diferentes dos animais. Por isso, somos mais estúpidos que os animais. Por isso, somos incapazes de perdoar, de revelar nossos sentimentos, de corrigir nossos defeitos, de entender o sentido de um provérbio que diz: “Há quatro coisas na vida que não conseguimos recuperar: a pedra, depois de atirada; a palavra, depois de proferida; a ocasião depois de perdida; e o tempo, depois de passado.”
Em tempo: segundo informações, começou ontem o trabalho de preparação do terreno para asfaltamento da RS-608, com máquinas trabalhando, partindo de Pedras Altas.
Luiz Henrique Chagas da Silva Henrique é editor do Blog Tu Já Sabia e radialista nas horas vagas. Nascido em Herval, mas pinheirense por opção, assina a coluna Buscando Rumos.
Um comentário:
Chagas, tu tens toda a razão: é de egoismos que so formam alguns governos, inclusive o nosso.
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