
Depois de tantas alegorias feitas em homenagem aos cachorros, senti vontade de tornar público que também tenho um bichinho de estimação. Não é nenhuma ave ou pássaro que muitos “defensores da natureza” possuem presos em gaiolas. Embora ainda não tenhamos sido apresentados formalmente, moramos sob o mesmo teto há muito tempo. Eu no térreo, ele no forro.
Convivemos de forma pacífica e harmoniosa, respeitando nossos limites territoriais, eu fornecendo-lhe uma alimentação frugal de quando em vez, ele responsável pelo ambiente isento de ratos e camundongos. Ao contrário de outros animais, ele é civilizado: não agride ou morde crianças e idosos; não faz barulho; não ataca ciclistas ou motociclistas; não é contra o progresso, veículos passam e ele não fica latindo ou correndo atrás. Não é onívoro, nem faz sujeira nas ruas ou calçadas.
Sinto orgulho quando ele anda imponente por muros e telhados e a cachorrada da vizinhança late desesperada. Parece que ele sabe que cão que ladra não morde. Pelo menos ele aparenta que pensa assim e não dá muita importância para essa rivalidade histórica.
Chego a pensar, as vezes, que ele conhece o ditado árabe aquele que diz que “enquanto os cães ladram a caravana passa”. Ao contrário de mim, tem hábitos noturnos, nunca chega em casa antes das quatro da manhã. O que será que esse safado faz na rua até essa hora? Caça? Namora? Mistério...
Coloquei no meu gato preto o nome de Rex, nome tradicional de cachorro, que significa rei em latim, porque pra mim ele é o tal nesta selva urbana chamada cidade. Tenho dito.
4 comentários:
Mto lindo... Mas ele tbm sendo abandonado faria o mesmo q cães abandonados fazem.
Tentam proteger o território aonde estão.
Sujos mesmo, e sujeira, quem faz são os donos q os colocam nas ruas.
Muito bem contado, Moura Jr.
Se eu tivesse
um animal de estimação,seria,com certeza, um gato. Me fascina o seu jeito misterioso e independente.Vida longa para o "seu" Rex!
A propósito, não sei se conheces o poema "Ode aos Gatos", de Pablo Neruda;vale a pena conferir.
Um abraço
Vera oliveira
O poema realmente é muito interesante. Neruda afirma que o gato é o único animal perfeito que existe. Eu acrescentaria que, além disso, os bichanos não são promiscuos, não vivem correndo atrás de uma gata ao lado de outros nove...
Promiscuos não são os cães ao andarem atrás de cadelas no cio, afinal, são machos, mas sim, seus donos ao deixarem suas fêmeas soltas. Sendo até pq (algumas) pessoas, consideradas, animais racionais são sem sombra de dúvidas mto mais promiscuas do q os próprios animais (irracionais).
Tbm adoro os felinos, mas nem por isso, desclassifico os cães. Já que, qualquer animal abandonado, sendo, cão ou gato, não está aonde está pq querem e sim por não terem escolha. Tais donos merecem adjetivos desqualificados e não os animais.
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