4 de abr. de 2012

Futebol - Choro quando convém

O mesmo tema em dois momentos. Foi assim que o Campeonato Gaúcho 2012 sentou no divã nos últimos dias para se perguntar: devo ou não devo existir? A dúvida surgiu inicialmente por uma ameaça do presidente do Grêmio, Paulo Odone, de não oferecer ao torneio no ano que vem o time titular devido à violência dos adversários contra o tricolor - e por ter perdido seu principal jogador, Kleber Gladiador, pelo período de até quatro meses, resultado de uma fratura no jogo contra o Cruzeiro de Porto Alegre.

Alguns dias depois foi a vez do técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, alfinetar os estaduais. Mano, porém, não seguiu o mesmo caminho de Odone, mas falou da realidade de cada torneio e o efeito que causam sobre o momento dos jogadores que aparecem para o país como grandes artilheiros e nem sempre o são. "Existem diferenças também entre estaduais. Se for pensar em jogadores que estão fazendo gol, o ataque (da Seleção) seria Souza e Neto Baiano.” No Campeonato Baiano Souza tinha até a semana passada 18 gols e Neto Baiano 19, mas nem por isso são nomes para vestir a camisa verde-amarela.

No caso do Grêmio, o coro ganhou força logo na partida seguinte, quando perdeu o agora zagueiro Gilberto Silva com uma fratura no nariz, contra o Avenida. E Odone voltou a criticar. O comentário do presidente gremista foi tratado com ironia por parte da imprensa, acostumada a acompanhar o dia a dia da dupla Gre-Nal. E um dos principais questionamentos sobre a presença azul em 2013 foi justamente os laços que amarram o clube a seus compromissos. Um jornalista lembrou que Ricardo Vontobel, presidente da Vonpar Refrescos, é integrante do Conselho de Administração do Grêmio. E a Coca-Cola é quem patrocina o Gauchão. Logo, o empresário desejaria ver o time titular fora do evento que banca?

Ninguém gosta de assistir aos principais craques do Brasil no departamento médico. Os torcedores querem vê-los em campo, protagonistas de dribles desconcertantes e jogadas surpreendentes, ajudando seus times a conquistar vitórias e títulos. O próprio Kleber, principal personagem do lance, isentou Léo Carioca e reconheceu que não houve intenção.

Queixar-se do Campeonato Gaúcho e usar jogadores reservas não é uma novidade para Grêmio e Inter. Agem assim quando as circunstâncias convêm. É também uma forma de pressionar a Federação e os árbitros. O assunto, entretanto, nunca ganha voz quando a dupla intercala títulos. Coincidentemente o tema voltou a ser manchete no ano em que o Caxias venceu o primeiro turno e um deles, azul ou vermelho, ficará fora da grande final. Ou até mesmo os dois, o que levaria a uma decisão entre o interior.

2 comentários:

Alexandre disse...

Mas com todo respeito, campeonato gaúcho não precisava existir, nem o campeonato gaúcho, e nem qualquer estadual, é perca de tempo, são campeonatos sem importância, o Grêmio perdeu o principal jogador do time na temporada, e o Inter não tem o Dalessandro, por culpa do gauchão. E como fica a dupla para os campeonatos que realmente importam?

Roger Oliveira disse...

Na minha opinião o Odone é louco. O único título que esse clube quebrado do Grêmio ainda têm condições de disputar é o Gauchão, então é dever desse Odone investir nesse campeonato!Há quantos anos que o Grêmio não conquista um título importante?? Faz tempo,tchê!
Aguardem aí que logo estarão fora da Copa do Brasil!!