5 de abr. de 2012

O dia em que Cacimbinhas virou Pinheiro Machado

Palestra promovida por rede social aborda mudança do nome do município da Zona Sul do Estado, decretada há quase um século como punição à localidade de origem do assassino do senador gaúcho no Rio de Janeiro.

O município de Pinheiro Machado, na Zona Sul, leva esse nome como punição por ser a cidade de origem de Francisco Manço de Paiva Coimbra, que assassinou o então poderoso senador gaúcho em 8 de setembro de 1915, no Rio de Janeiro. A mudança do nome original, Cacimbinhas, para o novo, apresentada, na época, como uma homenagem ao político morto, foi, na verdade, uma imposição por decreto do intendente provisório Ney de Lima Costa, num ato bajulatório às autoridades estaduais da época. Quando desse acontecimento, o Rio Grande do Sul era governado por um irmão do senador, o general Salvador Pinheiro Machado, vice-presidente estadual, no exercício da presidência em razão de afastamento, por doença, do titular, Antônio Augusto Borges de Medeiros.

Um relato dos episódios decorrentes dessa situação será apresentado nesta sexta-feira (7/4), em Pinheiro Machado, pelo jornalista e professor Nikão Duarte, que possui raízes familiares no município e pesquisa o assunto há cerca de uma década, estando em fase de finalização do livro “A Guerra de Cacimbinhas”. Pelo levantado por ele até agora, o ato da mudança de nome, a 30 de outubro de 1915, surpreendeu a população, que sob a liderança de antigos correligionários de Borges e dos Pinheiro Machado, recorreu às armas, depôs e expulsou o intendente provisório, o que determinou uma intervenção estadual no município entre os meses finais de 1915 e iniciais de 1916 – período da tal “guerra de Cacimbinhas”.

Sucessivas gerações tentaram, sem sucesso, retomar o nome original, até os anos 1950, contando esporadicamente com a atenção de políticos como Paulo Brossard e Victor Graeff. A aspiração foi sendo transmitida entre as famílias, e ainda hoje é tratada pelas gerações remanescentes, potencializada pelas redes sociais. A própria palestra desta sexta-feira integra uma iniciativa do grupo Cacimbinhas City no facebook, que tem mais de 700 membros e já postou cerca de duas mil fotografias – ao lado da apresentação, também na sexta, do filme “Ventos de Antanho”, que teve o distrito de Torrinhas por locação, e de um jantar baile no Clube Comercial, no sábado.

Matéria enviada por; Bernardo de Souza Duarte (jornalista)

Um comentário:

Anônimo disse...

Estou escrevendo uma história virtual sobre uma senhora de Cacimbinhas, de 93 anos,Tiamélia.Minha página ficaria muito orgulhosa e satisfeita se o senhor fizesse uma visita à Tiamélia e tomasse um chá inglês com ela.
Obrigada
Mariaolinda kehl.