Por Miguel Régio. A história da troca do nome para Pinheiro Machado foi um dia muito triste para nossos antepassados. Naquele sábado, 15 de outubro de 1915, eles acordaram e seguiram suas vidas como se fosse apenas mais um de muitos dias. A primavera alegrava os ânimos; as flores coloriam os canteiros da praça central e dos poucos jardins do minguado casario. Famílias tomavam seu desjejum tranquilamente; grupos de senhores mateavam na porta dos estabelecimentos; portas e janelas se abriam para a entrada do ar matutino; velhas matronas faziam seus crochês em cadeiras de balanço enquanto suas raparigas troteavam nos afazeres do lar. Enfim, o dia começava como tantos outros, sem que o povo soubesse que, no dia anterior, entre as paredes grossas da Intendência estava em finalização um plano funesto que marcaria para sempre nossa história, nossa dignidade e nossa honra. Naquela manhã, um forasteiro, autoritário e mal quisto pelas lideranças locais em menos de dois meses de governo, na sua ânsia de crescer aos olhos de seus superiores, aproveitava-se de um fato anterior, ocorrido na capital da República: O senador José Gomes Pinheiro Machado (ao qual devemos nosso respeito como homem público que foi) foi brutalmente assassinado por Manço de Paiva Coimbra (natural de Jaguarão), filho de um comerciante então residente em Cacimbinhas.
Então, Ney de Lima Costa, intendente provisório, enviado pelo partido de Borges de Medeiros e do senador Pinheiro Machado, num simples ato administrativo, acolitado por seu secretário, “CONSIDERANDO que o nome de ‘CACIMBINHAS’, além de irrisório, nada significa na tradição da história deste município.” RESOLVE que a partir daquela data, 30 de outubro de 1915, Cacimbinhas passaria a se chamar Pinheiro Machado, em memória ao ilustre político morto. (Ato nº 30 de 30 de outubro de 1915).
Assim que a notícia chegou às ruas e espalhou-se como um rastilho de pólvora, a população, chocada, reúne-se defronte a Intendência para tirar satisfações do Dr. Ney.
Cacimbinhas era o nome histórico de um lugarejo que foi uma das primeiras povoações do continente de São Pedro. Fora o ponto de parada de tropeiros, militares e viajantes cansados, em suas andanças para as recém criadas cidades da fronteira. Fundada por dois sesmeiros, cujos familiares e amigos perpetuaram a história que se tornou lenda de que um deles, José Dutra de Andrade, teria recebido às bênçãos de Nossa Senhora e recuperado a visão ao lavar os olhos em uma das cacimbinhas da região. Em gratidão, Dutra e Nico fundaram a vila que viria a se chamar Cacimbinhas. Era natural e compreensível a revolta do povo.
Conta-se que Ney tenha sido escorraçado da cidade para salvar a própria vida, e que só não foi linchado devido a interferência de um médico conceituado.
Passam-se quase cem anos e essa pecha ainda pesa em nossos corações. A chama do orgulho de nossos ancestrais permanece acessa no inconsciente coletivo, pois é comum ouvirmos até mesmos os mais jovens dizerem: “Sou de Cacimbinhas!”
Quem sabe chegou a hora do mal ser corrigido e darmos a nós mesmos o direito de escolha que um dia foi tirado daqueles que construíram nossa cidade:
O direito de escolhermos de forma livre e democrática se nossa cidade voltará a se chamar Cacimbinhas ou continuará a ser chamada de Pinheiro Machado.
12 comentários:
Concordo que Cacimbinhas tem muito mais haver conosco, e essa seria minha escolha, se fosse tão simples assim.
Só que a troca de nome de uma cidade implica em muitos transtornos e gastos para todos.
Imagina trocar todos os nossos documentos, placas de veículos, sinalizações, mapas e documentos oficiais do município. Isso apenas lembrando algumas coisas que teriam que ser mudadas.
Acho que temos coisas mais importantes a serem resolvidas em nossa cidade, que está longe, mas muito longe de se dar a um luxo desses, principalmente, financeiramente.
E isso ai Zé Miguel, eu mesmo distante também sou de Cacimbinhas e torço para que tu lidere esse movimento.
Concordo plenamente, um plebiscito seria uma forma justa de decidir isso.
Ótima iniciativa
Com certeza chegou o momento de resgatarmos a nossa verdadeira história e corrigido esse erro que acompanha o nosso município a muitos anos.
Vamos nos dar o direito de escolher o nome do nosso município que um dia nos foi tirado.
Como disse Miguel Régio: A chama do orgulho de nossos ancestrais permanece acessa no inconsciente coletivo, pois é comum ouvirmos até mesmos os mais jovens dizerem: “Sou de Cacimbinhas!”
ESTÁ LANÇADA A IDEIA:
VOTE : “SIM” PARA CACIMBINHAS.
Observação: Respeito todas as opiniões referentes ao assunto e espero o mesmo da nossa população.
Márcio Régio (kiko)
Aos que apoiam, me digam:
Quem vai pagar a conta???
Não concordo gerar gastos para resgatar o passado. Existem inúmeras maneiras de fazer isso sem mexer no que está pronto e muito mais coisas para fazer no presente e se P. Machado já é uma cidade pouco conhecida no mapa que dirá Cacimbinhas, aí vamos sumir de vez.
Não me importo de nossa cidade continuar com o nome de Pinheiro Machado ou se irá trocar para Cacimbinhas, mas quero ter o direito de poder fazer o que meus avós não puderam.
o municipio esta voltando para traz mesmo entao vamos volta para o nome antigo a ta tudo certo mesmo
Do jeito que estão as coisas e as pessoas se preocupando com a troca do nome da cidade. Pelo jeito a saúde e a educação deve estar uma maravilha.
É QUE TA TÃO RUIM O PRESENTE QUE O POVO ESTA PENSANDO NO PASSADO E ESQUECENDO O FUTURO TEM "eleiçôens"AI GENTE TEMOS QUE FICAR DE OLHO NOS"mamadores de plantão" SOMOS POVO CULTO E VAMOS FICAR ESPERTOS!!!!!!!!
Isso mesmo vamos nos preocupar com a troca do nome da nossa cidade, e esquecer coisas de mais fundamento,como EDUCAÇÃO, SAÚDE E TRABALHO.
Pelo jeito trabalho é que falta para essas pessoas, pois estão com tempo de sobra para querer gastar tempo e dinheiro com isso.
ACHO RIDICULO ESSA PREOCUPAÇÃO EM TROCAR O NOME,TEM QUE TROCAR É A CABEÇA DE PESSOAS QUE PENSAM NO PASSADO E NÃO PENSAM NO QUE TEMOS QUE FAZER PARA AJUDAR A MELHORAR NOSSA PINHEIRO MACHADO.
I
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