23 de fev. de 2013

Prefeitura de Pinheiro Machado deve implantar serviço intermunicipal para teste da orelhinha

Um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento completo da criança é a audição. O bebê já escuta desde bem pequeno, antes mesmo de ser erguido pelo doutor em sua apresentação ao mundo. Isso acontece a partir do quinto mês de gestação, onde o bebê ouve os sons do corpo da mamãe e sua voz. E é através da audição e da experiência que as crianças têm com os sons ainda na barriga da mãe que se inicia o desenvolvimento da linguagem.

Qualquer perda na capacidade auditiva, mesmo que pequena, impede a criança de receber adequadamente as informações sonoras que são essenciais para a aquisição da linguagem. Depois dessas informações fica mais fácil saber a importância do Teste da Orelhinha, ou Triagem Auditiva Neonatal, que é realizado já no segundo ou terceiro dia de vida do bebê. Ao contrário do nome parecido com o teste do pezinho, no Teste da Orelhinha não é preciso fazer um furinho na orelha do bebê.

Esse exame consiste na colocação de um fone acoplado a um computador na orelha do bebê que emite sons de fraca intensidade e recolhe as respostas que a orelha interna do bebê produz. Estudos indicam que um bebê que tenha um diagnóstico e intervenção fonoaudiológica até os seis meses de idade pode desenvolver linguagem muito próxima a de uma criança ouvinte. E foi pensando nisso que Pinheiro Machado resolveu investir e apostar na saúde auditiva de seus pequenos cidadãos.

Cerca de 60 dias é o prazo estipulado para entrar em funcionamento o serviço de atendimento do Teste da Orelhinha no município. A iniciativa do Executivo municipal é uma medida definida como estratégica para ampliar e qualificar o setor de Saúde. Segundo o vice-prefeito, Ronaldo Madruga, também responsável pela Secretaria de Saúde, o projeto busca regionalizar o atendimento. “Seremos referência neste serviço. Pedras Altas, por exemplo, já sinalizou com a possibilidade de adesão”, destacou.

O teste da orelhinha é uma avaliação da audição em recém-nascidos, indicada por instituições do mundo todo para diagnóstico precoce de perda auditiva, uma vez que sua incidência na população geral é de um a dois a cada mil nascidos “Se houver algum problema com a criança, ela é encaminha para uma avaliação otológica e audiológica completa”, acrescenta Madruga. A duração média do atendimento é de cinco minutos.

Madruga explica que, para iniciar os trabalhos, o município deve licitar a aquisição de aparelho para a realização do exame, adequar um espaço junto à Secretaria e disponibilizar um profissional do quadro. “Estamos resolvendo a questão burocrática”, argumentou. Conforme o vice-prefeito, o exame das crianças do município é, atualmente desenvolvido em Pelotas. “Com a sua realização na cidade, além de facilitar à logística, reduzimos custos com o transporte”, afirmou ao esclarecer que o custo de cada atendimento é pago via Sistema Único de Saúde (SUS).

Entenda o problema 

Há os chamados bebês de risco para a surdez. São os casos em que já existe um histórico de surdez na família, intervenção em UTI por mais de 48 horas, infecção congênita (rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovirus e herpes), anormalidades craniofaciais (má formação de pavilhão auricular, fissura lábio palatina), fez uso de medicamentos ototóxicos, entre outros. Se o Teste da Orelhinha já e importante para uma criança sem problemas, imagine para essas crianças.

Mas todos os bebês devem fazer o Teste. Em bebês normais, a surdez varia de 1 a 3 crianças em cada 1.000 nascimentos, já em bebês de UTI Neonatal, varia de 2 a 6 em cada 1.000 recém-nascidos. A avaliação Auditiva Neonatal limitada aos bebês de risco é capaz de identificar apenas 50% dos bebês com perda auditiva. A deficiência auditiva é a doença mais frequente encontrada no período neonatal quando comparada a outras patologias. Só como exemplo, o Teste do Pezinho aponta uma criança em cada 10 mil nascimentos, muito menos que o da Orelhinha.

Portanto, o Teste da Orelhinha é algo fundamental ao bebê, já que os problemas auditivos afetam a qualidade de vida da criança, interferindo no processo da fala, entre muitas outras coisas. É como uma bola de neve: a criança cresce e tem dificuldade em ouvir ou se expressar e, com isso, sente mais dificuldade em se socializar. Isolada por não ter fácil acesso ao grupo de amiguinhos, ela pode apresentar depressão. E por aí vai. Para que isso não aconteça, procure o pediatra, um médico otorrinolaringologista ou uma fonoaudióloga quando houver alguma suspeita de perda auditiva no seu filho.

O Teste da Orelhinha é realizado com o bebê dormindo, em sono natural, é indolor e não machuca, não precisa de picadas ou sangue do bebê, não tem contraindicações e dura em torno de 10 minutos.

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