Estrada entre Pinheiro Machado e Pedras Altas começa a ser asfaltada

Após 15 anos de espera, moradores de Pedras Altas comemoram o início da pavimentação da ERS 608 que faz a ligação com Pinheiro Machado. 

Desde o início dessa semana a movimentação de máquinas pesadas na ERS 608 que liga Pedras Altas a Pinheiro Machado tem chamado a atenção dos moradores das duas cidades – e não é para menos – pois após 15 anos de espera as duas comunidades começam a ver o fim da última estrada intermunicipal não pavimentada em toda a região. 

O caminho de 36,22 quilômetros começou a ganhar, na segunda-feira (22), a primeira cobertura de pavimento, que servirá de base para a colocação do asfalto definitivo. 

De acordo com o superintendente regional do DAER, em Bagé, engenheiro Evely Simas a obra – realizada pelo Governo do Estado ao custo de R$ 22 milhões - sofreu alguns atrasos, mas agora está em ritmo normal e a previsão é de ser concluída até junho do ano que vem. 

Para a comerciante Maria de Lourdes Souza, de 53 anos e há 30 morando em Pedras Altas, o asfalto surge não apenas como sinal do progresso, mas também como a possibilidade de ampliar e diversificar seu negócio. “A maior parte dos representantes comerciais não vem me atender aqui por que não querem enfrentar a estrada de terra, então tenho que comprar tudo por telefone e não consigo negociar preço”, revela. 

A grande prova disso está no balcão refrigerado do açougue onde as carnes são vendidas por preços até 15% mais altos que na cidade vizinha de Pinheiro Machado, pois apenas dois frigoríficos (um de aves e outro de gado) aceitam enfrentar os buracos da ERS 068 para abastecer seu comércio. “Espero que acabe esse sacrifício de conseguir um fornecedor, daí será bom para todo mundo”, comenta. 

OBRA JÁ PASSOU POR CINCO GOVERNADORES 

Tanto demorou que a pavimentação da ERS 608 já entrou para o folclore de Pedras Altas e muitos moradores preferem esperar o fim das obras para comemorar. E têm motivos para isso, afinal a obra já passou pelas mãos de cinco governadores e nunca foi concluída. O primeiro a receber o projeto foi Antônio Britto (PMDB) que o incluiu no programa Asfalto para Todos de 1998. Durante as gestões de Olívio Dutra (PT) e Germano Rigotto (PMDB) a obra foi solenemente esquecida e só foi retomada em 2010, no final da gestão de Yeda Crusius (PSDB), porém não andou e só começou ser realizada agora, durante o governo Tarso Genro (PT).