Trecho, que era administrado pela Ecosul, deve passar para responsabilidade do poder público
Após anunciar, na última semana, que deixaria de administrar o trecho de
161 quilômetros, que liga Bagé a Pelotas da BR 293, a Ecosul deixou uma
grande dor de cabeça para os gestores municipais. Após a transição de
responsabilidade da via, que deve acontecer gradativamente até o final
deste ano, a manutenção da estrada passará a ser realizada pelo
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Entretanto, é a questão de atendimentos de emergência na estrada que
preocupam os municípios localizados ao longo deste trecho. Com a saída
da Ecosul, fica a incumbência dos atendimentos na pista para as
prefeituras dos municípios situados ao longo do trecho. Contudo, não há
automóveis disponíveis, exclusivamente, para esse tipo de atendimento.
O assunto, inclusive, foi lembrado na tribuna da Câmara pelo vereador
Lelinho Lopes. O edil, que afirma temer que os motoristas fiquem
desguarnecidos no trecho, já solicitou mais informações sobre a
situação.
O que pensam as lideranças regionais
A coordenadora regional de Saúde, Rosane Oliveira Silveira, explica que
as duas esferas de governo, municipal e estadual, já estão em tratativas
para definir como serão realizados os atendimentos. Mas adiantou que o
poder público municipal será, definitivamente, incumbido de realizar os
atendimentos necessários. "O governo estadual dá o aporte financeiro
para manter a estrutura de atendimento em condições de funcionamento,
mas é o município que deve fazer os atendimentos", diz.
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Aura Stella Pereira,
(Teia), atualmente Bagé dispõe de três ambulâncias do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu), sem contar com os veículos de
atendimento da Secretaria de Saúde.
Entretanto, a secretária preferiu não se manifestar definitivamente, já
que não houve nenhum encaminhamento do Estado a respeito. "Em breve
devemos realizar uma reunião sobre a situação, mas ainda não há nenhuma
definição", informa.
A situação já preocupa o coordenador de Saúde de Hulha Negra. Antônio
Winter explica que, atualmente, o município atua com duas ambulâncias
somente para atender os serviços de saúde preventiva e coletiva. Não há
serviço de emergência na cidade.
Para o coordenador, deve haver um planejamento preciso da situação, já
que muitos municípios afetados não estão estruturados para atender a
demanda. "Hulha Negra não tem estrutura para comportar um serviço de
urgência e emergência", afirma.
A secretária de Saúde de Pinheiro Machado, Fernanda Pinheiro dos
Santos, teme que os atendimentos na estrada deixem a população
desguarnecida, já que o município conta com pouca estrutura. A
secretaria, que possui três ambulâncias e uma UTI Móvel, conta agora com
apenas duas, já que um dos veículos foi cedido para o Samu há mais de
seis meses, após o veículo do serviço estragar. Já a UTI Móvel está em
Canoas para manutenção.
"Nós já temos uma situação complicada com apenas duas ambulâncias para
atender toda a cidade, que tem uma demanda grande. Se tivermos que
atender as ocorrências da estrada, a tendência é que a situação se
complique ainda mais", finaliza.
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