13 de jan. de 2014

Municípios da região não estão preparados para atender emergências médicas na BR 293




Trecho, que era administrado pela Ecosul, deve passar para responsabilidade do poder público

Após anunciar, na última semana, que deixaria de administrar o trecho de 161 quilômetros, que liga Bagé a Pelotas da BR 293, a Ecosul deixou uma grande dor de cabeça para os gestores municipais. Após a transição de responsabilidade da via, que deve acontecer gradativamente até o final deste ano, a manutenção da estrada passará a ser realizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Entretanto, é a questão de atendimentos de emergência na estrada que preocupam os municípios localizados ao longo deste trecho. Com a saída da Ecosul, fica a incumbência dos atendimentos na pista para as prefeituras dos municípios situados ao longo do trecho. Contudo, não há automóveis disponíveis, exclusivamente, para esse tipo de atendimento. O assunto, inclusive, foi lembrado na tribuna da Câmara pelo vereador Lelinho Lopes. O edil, que afirma temer que os motoristas fiquem desguarnecidos no trecho, já solicitou mais informações sobre a situação.  
O que pensam as lideranças regionais 
A coordenadora regional de Saúde, Rosane Oliveira Silveira, explica que as duas esferas de governo, municipal e estadual, já estão em tratativas para definir como serão realizados os atendimentos. Mas adiantou que o poder público municipal será, definitivamente, incumbido de realizar os atendimentos necessários. "O governo estadual dá o aporte financeiro para manter a estrutura de atendimento em condições de funcionamento, mas é o município que deve fazer os atendimentos", diz. 
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Aura Stella Pereira, (Teia), atualmente Bagé dispõe de três ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), sem contar com os veículos de atendimento da Secretaria de Saúde. Entretanto, a secretária preferiu não se manifestar definitivamente, já que não houve nenhum encaminhamento do Estado a respeito. "Em breve devemos realizar uma reunião sobre a situação, mas ainda não há nenhuma definição", informa. 
A situação já preocupa o coordenador de Saúde de Hulha Negra. Antônio Winter explica que, atualmente, o município atua com duas ambulâncias somente para atender os serviços de saúde preventiva e coletiva. Não há serviço de emergência na cidade. Para o coordenador, deve haver um planejamento preciso da situação, já que muitos municípios afetados não estão estruturados para atender a demanda. "Hulha Negra não tem estrutura para comportar um serviço de urgência e emergência", afirma. 
A secretária de Saúde de Pinheiro Machado, Fernanda Pinheiro dos Santos, teme que os atendimentos na estrada deixem a população desguarnecida, já que o município conta com pouca estrutura. A secretaria, que possui três ambulâncias e uma UTI Móvel, conta agora com apenas duas, já que um dos veículos foi cedido para o Samu há mais de seis meses, após o veículo do serviço estragar. Já a UTI Móvel está em Canoas para manutenção. "Nós já temos uma situação complicada com apenas duas ambulâncias para atender toda a cidade, que tem uma demanda grande. Se tivermos que atender as ocorrências da estrada, a tendência é que a situação se complique ainda mais", finaliza.

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