30 de jul. de 2014

170 anos da Batalha dos Porongos

Por Profª. Historiadora e Escritora Sandra Donizete Peraça. 
Pela Comissão Municipal 170 anos da Batalha dos Porongos. 

O gaúcho é todo orgulho quando diz “eu sou do sul” como se essa expressão determinasse a sua identidade, identidade essa que traz a mescla das etnias aqui reunidas desde o início de sua povoação até o século passado. A diversidade dessas etnias é que moldou o gaúcho de hoje. 

Muito se ouve e se lê sobre a influência da colonização europeia esquecendo-se de outras como, por exemplo, da Africana das mais antigas vertentes colonizadoras do estado. Iniciativa louvável do Governo Estadual ao lembrar os 170 anos da Batalha dos Porongos para, através dos Lanceiros Negros, legitimar a importância do Povo Negro na Revolução Farroupilha, um dos maiores movimentos políticos, sociais e econômicos do País no século XIX, ao mesmo tempo em que incentiva o combate ao racismo e a invisibilidade da cultura negra na cultura gaúcha. 

Hoje muito se usa da contribuição africana na culinária, na música, na dança e até na indumentária, mas muito pouco se enaltece essa contribuição, tornando-a invisível. O resgate da importância histórica, social e cultural da etnia negra é um trabalho a ser realizado de modo continuado para que haja a devida divulgação e absorção. 

Cabe a Pinheiro Machado, Município onde está inserido o local da Batalha de Porongos, valorizar a contribuição dos negros para a grandeza de nosso estado ao mesmo tempo em que cuida do local onde perderam a vida pelo Rio Grande quase uma centena de negros. 

A Comissão Municipal relativa às atividades dos 170 anos da Batalha dos Porongos espera, com o envolvimento de diversos segmentos da comunidade, fazer com que os pinheirenses conheçam este episódio e o valor que lhe é dado não só por historiadores e pela comunidade negra rio-grandense e brasileira, mas também de diversas partes do mundo. 

Deseja também, que a força que emana do Sítio de Porongos toque a alma de todos e firme a consciência de que somos todos iguais e merecemos todo o respeito pelo que realizamos em prol do pampa gaúcho.

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