16 de out. de 2014

DUPLA GRE-NAL: Alex, Uma Liderança Forte no Inter e Compra da Arena: Muita Calma nessa Hora

Não foram as lágrimas, tampouco o desabafo ao fim do jogo; Alex consolida uma liderança forte e positiva no Inter porque consegue se expressar com emoção e sensatez ao mesmo tempo. Identificadíssimo com o clube, respeitado pelo torcedor e jogando muito, o meia foi o melhor jogador em campo contra o Fluminense. Alysson e D'Alessandro vieram logo abaixo. Quem melhor sintetizou o Inter redimido do domingo passado, porém, foi Alex. 

Ele jogou pelo lado direito, o que tem sido raro no Inter. D'Alessandro centralizou, o que ficou melhor para ele. Alan Patrick ficou no corredor esquerdo, o que menos mudou de função. Com a volta de Aranguiz, o quarteto de extrema qualidade se completa. Mesmo que o argentino seja o capitão e exerça mesmo uma liderança legítima junto aos jogadores, Alex não fica atrás neste quesito. Além do respeito que tem do grupo, se comunica com imprensa e torcida melhor do que seu parceiro de meio-campo. Somadas, estas forças podem levar o time colorado adiante. Se entrassem em conflito, detonariam qualquer chance. A amostragem do domingo é de que D'Alessandro e Alex estão juntos na barca. Melhor para o Inter. 

O anúncio do acordo quanto ao preço a pagar para que o Grêmio seja dono da Arena mais cedo é a grande notícia da semana para os gremistas, mas é só isso por enquanto. Talvez fosse o mais difícil, considerando que a OAS poderia simplesmente não querer mexer no negócio que fez ainda na gestão anterior com muitas vantagens. Porém, em semana eleitoral, é fundamental que se tenha a devida prudência para não dar como fechado o que está encaminhado. 

Anunciar que a Arena será do Grêmio antes dos 20 anos previstos no primeiro negócio balança o imaginário do torcedor, anima o gremista a virar sócio e o empresariado azul a colocar lojas e restaurantes no espaço do estádio conforme previsto no original e ainda não alcançado. É preciso dizer que tudo está na base da perspectiva no momento. Há garantias bancárias que serão exigidas para a conclusão do negócio, há um investimento altíssimo nos primeiros seis anos, 24 milhões de reais anuais, o que significa que só se sabe no momento quanto vai sair, não quanto vai entrar. 

O presidente Fábio Koff deve ter feito estudo de viabilidade do negócio, é experiente demais para fazer um anúncio que não tivesse solidez. Ao mesmo tempo, sabe também que algo desta monta impacta um processo eleitoral muito igual, igual como não seria se fosse ele candidato à reeleição. Seu candidato, Romildo Bolzan Júnior, se beneficia deste fato tornado público quatro dias antes do pleito. Do outro lado, Homero Bellini Júnior questiona a ausência da OAS na coletiva em que se fez o anúncio. Os dirigentes da empresa vendedora nem se manifestaram ainda sobre o tema, o que dá mais motivo para reservas e cautela. A ideia é espetacular. 

Ao invés de compartilhar a gestão do estádio até que se passassem 20 anos, o Grêmio passaria imediatamente a gerir um negócio que conhece muito mais do que a parceira. A OAS deve estar sentindo alívio saindo de um negócio onde o desgaste está sendo maior do que a benesse. Insisto, no entanto, que há muito por acontecer até a assinatura do que parece ser um bom acordo para todos. Enquanto isso, palmas para a ideia. E prudência.

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