Luiz Felipe sabe mais do que qualquer um dos limites do seu elenco. No ano passado, Renato Portaluppi também conhecia melhor do que ninguém o potencial técnico do seu grupo. Em comum, ambos jogam por uma bola, trancam a rua, às vezes, o quarteirão. Defendem bem, consagram seus zagueiros e goleiros, mas cometem o pecado da cautela demasiada que tira a gana de vencer. Renato levou o Grêmio ao segundo lugar no Brasileirão 2013, nunca esteve perto de ser campeão, garantiu vaga direta na Libertadores. O treinador atual diz que o importante no momento é ficar perto do G-4 para definir nas últimas três rodadas. Talvez esteja cogitando ousar daqui a quatro rodadas ou antes, no grenal da Arena.
Pode ser tarde.
Por mais que fique devendo em qualidade - e fica -, o elenco gremista possibilita ao treinador alternativas mais ofensivas. Contra o Vitória, por exemplo, não faz nenhum sentido abrir o jogo com três volantes. Não haverá Alan Ruiz, que levou um inaceitável terceiro cartão amarelo por reclamação, mas Erick deu boa resposta e existem outros candidatos a uma das vagas do meio onde hoje se vê um congestionamento de marcadores.
Ousar para subir, o desafio gremista está lançado e não pode ser tergiversado. Bonito, isso...tergiversado.
Abel Braga deu mais uma de suas entrevistas pós-jogo com letras, mensagens cifradas e algum ressentimento. A vitória sobre o Bahia começou nos seus acertos ao escolher os melhores. Alysson é o novo titular pelos méritos dele. Cláudio Winck dá melhor respota que qualquer dos outros três laterais-direitos do elenco. Alan Costa tem mais potencial do que Paulão e já é melhor zagueiro, embora perca no quesito experiência. Valdívia poderia estar na vaga de Jorge Henrique ? Sim, mas é justo dizer que o jogador da confiança do treinador fez grande partida sábado passado e garantiu no desempenho seu lugar entre os onze.
A próxima partida é difícil pela geografia, diz a história. O Inter nunca venceu o Santos na Vila Belmiro. Abel poderia ficar tentado a escalar de novo os mais experientes sob o argumento de que enfrentam bem contextos desfavoráveis. Não seria seu melhor raciocínio; vale a qualidade, a confiança adquirida e o potencial de crescimento do time que ganhou convencendo. O Inter voltou para o G-4 e enfrenta dois adversários diretos, o que pode fazer com que avance de volta a seu lugar, a vice-liderança.
A semana dirá.
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