A preservação do castelo construído por Joaquim Francisco de Assis Brasil, localizado em Pedras Altas, palco da assinatura do acordo que pôs fim à Revolução de 1923, ganhou um novo reforço ontem.
Um movimento em defesa do espaço começou a ser criado em reunião realizada na Assembleia Legislativa. Coordenado pelo deputado Luiz Fernando Mainardi (PT), o evento contou com a presença de representantes do Iphan e do Iphae, além de pessoas que têm ligações afetivas com o local que está completando 107 anos, como o ex-ministro Luiz Fernando Cirne Lima, o ex-prefeito de Jaguarão, João Alberto Silveira, e o ex-deputado Raul Pont.
O espaço, vale lembrar, passa por um processo de deterioração, necessitando, urgentemente, de ações que interrompam a perda do acervo que integra o prédio de 44 cômodos, especialmente de documentos e objetos históricos. Colocado à venda, pelo valor de R$ 15 milhões, estima-se o custo do restauro em pelo menos R$ 30 milhões.
“Não é uma tarefa fácil”, assinalou Mainardi, segundo quem o grupo vai buscar a mobilização da região, da iniciativa privada e dos governos estadual e federal. “Vamos em busca de apoio onde for possível obtê-lo”, destacou o deputado que, na época em que governou o município de Bagé, conquistou recursos superiores a R$ 10 milhões para restaurar os prédios públicos de valor histórico da cidade.
Entre as primeiras iniciativas projetadas, está a atualização do orçamento já feito pelo Iphae para a execução de uma ação emergencial que proteja livros, documentos, móveis e outras peças de valor histórico da ação do tempo.
“Muita coisa já se perdeu, por isso, vamos, com a permissão da família e em nome da memória histórica do Estado, nos entregar integralmente a esse projeto”, disse Mainardi.
Conforme ele, a cada chuva registrada, mais um pedaço da história do Rio Grande do Sul se perde no Castelo de Pedras Altas.
Cirne Lima, que dirigiu a Coopesul por 15 anos, época em que, utilizando as leis de incentivos à cultura, investiu um grande volume de recursos na preservação do patrimônio de diversas cidades, tem ligação com o castelo há pelo menos 60 anos.
“Minha tese foi desenvolvida naquele local em que foram introduzidas nos Brasil as raças bovinas Devon e Jersey e a ovina Ideal, além de diversas espécies vegetais”, destacou ao colocar-se à inteira disposição do movimento.
A reunião ainda contou com as presenças da ex-secretária de Cultura de Bagé, Jussara Carpes, a ex-presidente do Iphan, Briane Bicca, as representantes do Iphae Vivian Eiko e Mirian Sartori Rodrigues, pela prefeitura de Porto Alegre, Dóris Saraiva, e o representante do Iphan, Eduardo Hann.
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