Saullo Guilherme dos Santos Dutra, Gustavo de Souza Moreira e Rafael Pereira da Costa são os Piás do Estado do Rio Grande do Sul, gestão 2017/2018. A partir da Fecars – Festa Campeira do Rio Grande do Sul, que acontece de 15 a 18 de março na cidade de Esmeralda, serão também Autores. O lançamento do livro “Resgatando a Diversão da Piazada” é um marco no trabalho desenvolvido pelos três antes mesmo de vencerem o Entrevero de Peões e promete inspirar as próximas gerações de crianças tradicionalistas
O que brincadeiras como Canoa de Coqueiro e Carrinho de Rolimã têm em comum, além de serem antigas e típicas do Rio Grande do Sul? A partir do trabalho de pesquisa desenvolvido pelos Piás do Estado, Saullo Guilherme dos Santos Dutra, Gustavo de Souza Moreira e Rafael Pereira da Costa, agora elas também estão acessíveis para as novas gerações. Através do livro ‘Resgatando a Diversão da Piazada”, com lançamento durante o Seminário de Cultura Campeira na Fecars 2018, os piás apresentam um pouco da história de cada brinquedo e brincadeira e ensina a desenvolvê-las.
A ideia da pesquisa, segundo os escritores, surgiu antes mesmo de pensarem em participar do Entrevero de Peões. O Saullo, por exemplo, trabalhou o tema para a entidade e para a região. Já o Rafael desde pequeno gosta de criar seus próprios brinquedos e brincadeiras e desenvolve o Projeto de Resgate de Brinquedos e Brincadeiras nas escolas há três anos. O Gustavo também tinha muito interesse neste projeto. “Então juntamos as ideias com o apoio dos pais e apresentamos para o MTG, para a então vice-presidente de cultura, Anijane, que já havia apresentado o Projeto Resgatando a Diversão da Piazada para o presidente Nairo”, afirmam. A 1ª Prenda Renata da Silva, segundo os piás, também sempre foi muito amável e abraçou o projeto. Apoio importante também veio das três prendas mirins (Cecília, Gabriela e Betina), além dos familiares, amigos e tradicionalistas das entidades e regiões.
Investigação
A pesquisa foi realizada por meio de questionários e entrevistas pessoais. “Tivemos um número expressivo de respostas e então fizemos a triagem para o livro”, afirmam os piás. Esses brinquedos e brincadeiras, garantem eles, fizeram a alegria de muitas pessoas de várias regiões, às vezes com nome ou alguma característica diferente. Para eles, ver a alegria das pessoas quando foram entrevistadas fez a diferença e isso ficará para sempre na lembrança.
Responsabilidade
“Procuramos realizar com responsabilidade este projeto”, afirmam os piás, que vêm se dedicando à iniciativa, objetivamente, desde o início da gestão, conciliando com os outros compromissos tradicionalistas e também escola, invernada e família.
As brincadeiras
Cada página apresenta um descritivo técnico do brinquedo e/ou brincadeira, com informações históricas e de como montar e como brincar. Cada brincadeira/brinquedo compõe um capítulo: Amarelinha da imaginação, Aradinho de osso, Bola de bexiga de porco, Boneca de Graveto, Boneca de milho, Canoa de Coqueiro, Carreta de gado de osso, Carrinho de Rolimã, Catavento de Bambu, Cavalinho de Taquara, Cavalo de Árvore, Cavalo de Sabugo, Corrida de Pneus, Corrupio de Botões, Espingarda de Bolinha de Cinamomo, Futebol com pregos, Iô-Iô, Labirinto de arame, Nó do Diabo, Osso do Jogador (Osso da sorte), Pé de casco, Pé de Toco, Perna de Pau, Roda Pião, Rolete, Roncador, Taco, Trator de Corticeira, Trem de Lata e Vaquinhas.
Relevância do trabalho
A obra é prefaciada pela pesquisadora Neusa Secchi. Segundo ela, trata-se de um trabalho criativo e de relevância histórica, uma vez que resgata os brinquedos e brincadeiras tradicionais que estão em fase de esquecimento ou em risco de extinção. “Através da atividade lúdica a criança prepara-se para a vida, assimila a cultura do meio em que vive. Dentro deste contexto, louvo o desprendimento desses piás”, escreveu.
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