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Viemos alertar produtores com relação a uma doença viral já muito conhecida e que, infelizmente, ainda causa muitas mortes nos rebanhos bovinos, inclusive em nosso município. A raiva tem importância mundial por ser uma zoonose e provocar perdas econômicas elevadas. Geralmente os relatos de perdas em conseqüência da enfermidade são surpreendentes e, quando se desconfia, na maioria das vezes, já houve grandes prejuízos e não há mais possibilidades de controle do avanço do surto e recuperação dos animais afetados.
A raiva é uma doença infectocontagiosa caracterizada por um quadro neurológico fatal, ocorre uma degeneração progressiva do sistema nervoso central. No meio rural, a raiva é geralmente transmitida pela mordedura de morcegos hematófagos, que atuam como portadores, reservatórios e transmissores do vírus. Mordidas por si só não são o problema, a questão é que na saliva muitos destes animais carregam o vírus transmissor da raiva, doença que não tem cura e leva a morte em 100% dos casos.
O período de incubação da enfermidade varia de 3 a 15 semanas. Nos bovinos a forma clínica mais comum é a raiva paralítica, entretanto, podem ocorrer casos de raiva furiosa. O animal afetado apresenta uma hipersensibilidade a todos os fatores externos, há nítida mudança de hábito, com isolamento em relação ao restante do rebanho, sintomas podem incluir hiperexcitabilidade, tremores musculares, midríase, aumento do volume e presença de espuma na saliva, dificuldade de deglutição, andar cambaleante, paralisia dos membros posteriores com decúbito, e evolução para a paralisia dos anteriores. Também são relatados movimentos de pedalagem, ranger dos dentes, anorexia, diminuição dos reflexos centrais e timpanismo. A morte ocorre entre 4 a 8 dias após o início do quadro.
Em casos de suspeita clínica de raiva, não se deve matar o animal, recomenda-se aguardar a evolução natural do quadro e colher material após a morte para diagnóstico definitivo. Existem outras doenças com sintomas semelhantes, como plantas tóxicas, doença de Aujesky, clostridioses. Uma atenção especial deve ser dada em casos de suspeita de raiva devido ao fato de ser uma zoonose, qualquer pessoa que trabalhe com os animais deve ter cuidados especiais na manipulação dos mesmos. O profissional responsável pelo seu controle é o médico veterinário e é uma doença de notificação obrigatória, o que visa maior controle da mesma. Recomenda-se coleta de material e encaminhamento.
Não existe cura para esta enfermidade, o controle e a prevenção da raiva passa pela vacinação dos rebanhos e pelo controle da população de transmissores dessa doença (morcegos hematófagos). Para que a vacinação proteja contra a doença é necessário que o animal seja vacinado e consiga produzir anticorpos antes da inoculação do vírus da raiva, por isso, quando consideramos a vacinação, deve-se ter em mente que a vacina precisa de 21 dias para oferecer proteção aos animais.
A vacinação contra raiva bovina é feita em regiões onde existem colônias permanentes de morcegos hematófagos (sugadores de sangue), e se torna obrigatória em 100% dos animais quando aparecem focos esporádicos da doença, em certas regiões. A aplicação da vacina é anual e todo o rebanho deve ser vacinado, independente da idade. O esquema recomendado é de duas doses iniciais (a partis dos três meses de idade), com intervalo de 30 dias e revacinação anual de todos os animais.
A vacinação dos bovinos deve ser associada à imunização dos demais animais existentes na propriedade, tais como cães, gatos, equídeos, suínos, caprinos e ovinos.
Atenção produtores, fiquem alerta! Não esperem esta enfermidade aparecer de surpresa em suas propriedades. No Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pinheiro Machado estamos a disposição para auxiliá-los da forma necessária.
Lidia Farias CRMV-RS 13212
Responsável técnica pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais
https://www.facebook.com/SindicatoDosTrabalhadoresRuraisStrPinheiroMachado
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