10 de fev. de 2010

Buscando Rumos: Bem-aventurados, os justos

Por Luiz Henrique Chagas da Silva
Colunista do Blog

Nós, não raramente, costumamos dar pouca ou nenhuma importância às grandes riquezas que possuímos. Buscamos sempre um comparativo com aquilo que os outros são possuidores, quando na verdade, deveríamos ser gratos por aquilo que nos é dado, sem maiores reclamações. Assim é, em tudo na vida. Desaprendemos com o tempo a valorizar as coisas mais importantes, começamos a direcionar nossas atenções e nossos esforços para outros fatores diferentes daqueles que na verdade deveriam ocupar a classificação de "prioridade".

Nada pode ser mais almejado a quem é desprovido do sentido da visão do que a luz, a quem é desprovido da audição, do que o som, no entanto, frequentemente, somos dotados de todos os sentidos, mas nos postamos com enorme cegueira frente aos diversos cenários que a vida nos apresenta e absolutamente surdos frentes aos apelos que ecoam no cotidiano. Deixamos de dar atenção e priorizar o ser humano para envidar esforços para os bens materiais, para a riqueza física, para a ostentação, quando não, permitimos que a vaidade e a "dita necessidade" de mostrar aos outros a nossa competência nos leve a esquecer aqueles que deveriam ser o principal objeto de nossas ações.

Assim acontece conosco na vida privada, na medida em que, somente a título de exemplo, empresários deixam de valorizar os funcionários voltados exclusivamente ao lucro financeiro, não se perguntando em momento algum se aquele trabalhador está ou não com algum problema, dependendo de uma ajuda por vezes muito simples e fácil.

Acontece também na vida pública, em que administradores em nome de grandes eventos, de grandes obras, de "vender" um projeto de eficiência e capacidade administrativa, não são capazes de abdicar de algumas ações para atender as necessidades dos funcionários, alcançar-lhes os direitos legais, até mesmo, simplesmente, cumprir a lei que alcança algum direito aos servidores.

É preciso mostrar que pode, mesmo sem poder, que sabe, mas sem saber, que é capaz, mesmo a custa de injustiças e desconsideração dos direitos alheios. É preciso aprender a ver que a maior riqueza de uma empresa privada ou instituição pública são seus servidores e não seus lucros ou suas realizações.

Luiz Henrique Chagas da Silva Henrique é editor do Blog Tu Já Sabia e radialista nas horas vagas. Nascido em Herval, mas pinheirense por opção, assina a coluna Buscando Rumos.

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