31 de mar. de 2010

Buscando Rumos: Pessoas são iguais?


Por Luiz Henrique Chagas da Silva

Lendo uma “tirinha” dessas de jornal, deparei-me com uma constatação muito real e curiosa: uma menina pergunta a um menino: Você acha que as pessoas são iguais? E o menino responde: Claro que não, todos são diferentes, não existe nada igual. Quem te disse tamanha bobagem? Ao que foi respondido pela menina: Meu pai, e, a resposta não poderia ser outra: Os pais são todos iguais.

O que nos leva a refletir quando nos deparamos com um diálogo como esse? Que realmente os homens não são iguais? Que não existe nada absolutamente igual neste mundo? Ou que tudo é diferente quando nos convém? É assim sempre, apresentamos, bradamos, gritamos aos quatro ventos que está errado, que isso ou aquilo não pode ser assim, que esta não é maneira correta de fazer, que somos suficientemente inteligentes para saber que aquilo está errado e, ao final, quando somos capazes de mudar alguma coisa, chegamos a conclusão de que estamos fazendo exatamente igual, isto é, contrariamos, “não existe nada igual”, mas afirmamos: “Os pais são todos iguais”.

Talvez porque não sejamos os donos da verdade, não sejamos os mais sábios homens do universo, muito embora por vezes nos julguemos como tal. Talvez por não saber entender que aquilo que criticamos, aquilo que censuramos, aquilo que nos julgamos capazes de fazer diferente acreditando que somos mais capazes, seja exatamente igual aos pais: “tudo igual” e, senão impossível de ser mudado, no mínimo temerário ou imprudente alterar.

Difíceis são os momentos em nossa vida em que não achamos que algo poderia ser feito de modo diferente, se tivéssemos o poder de decidir, faríamos exatamente ao contrário, mas, quando por determinadas situações recai sobre nossos ombros o poder de decisão, sequer pensamos, e fazemos igualzinho ao que vinha sendo feito. Está muito claro que seguidamente agimos como verdadeiros espelhos, refletimos sem pensar, e as conseqüências podem ser funestas, trazendo consigo arrependimentos futuros e até mesmo mágoas que não se apagarão tão facilmente.

Somos verdadeiramente incompletos, e como tal, agimos de forma errada seguidamente, o que é preciso, é que saibamos procurar aprender com os erros, uma forma de viver, em que nossos defeitos possam permanecer conosco sem trazer quaisquer danos aqueles que nos rodeiam e que, a cada tropeço nosso, sofrem até mesmo mais do que nós, que choram lágrimas que deveriam ser nossas e com os quais raramente dividimos nossos sorrisos.

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