Por Nadiane Momo
Pelo menos para mim, um texto do formato artigo/crônica requer inspiração e este veio de uma recente conversa que tive com as proprietárias do salão de cabeleireiro que frequento em Candiota, que me chamaram a atenção para o nível cultural da cidade e estendo isso para região.
Daí foi só fazer uma análise rápida e perceber o quanto somos realmente pobres. Em Hulha, Candiota e Pinheiro Machado, não há grupos culturais, e não estou falando em cultura sul-rio-grandense, dança, poesia. Falo grupos de discussão de assuntos transversais, de assuntos intelectuais, onde a força do pensamento possa gerar interação.
Não encontramos nestas cidades – me corrijam se em Pinheiro existir – livrarias, digo livrarias de fato, com obras novas, mais vendidas e mais lidas. Enquanto há um cyber em qualquer esquina, os livros ficam cada vez mais empoeirados e creio que os clássicos nem são mais tão exigidos nas escolas.
A gente reclama muitas vezes da cidade, de forma injusta, mas neste caso é uma crítica construtiva. Sempre que posso em Bagé, vou a LEB ou na Casa das Revistas, locais agradáveis, sempre com exemplares inéditos, um bom café ou água gelada. Não só a literatura, mas também o cinema é uma expressão cultural, o teatro, e os vemos nestas cidades? Não...mas os bares e casas noturnas estão cada vez mais em moda.
Temos que considerar também que é difícil para investir neste setor, até porque essa parcela da sociedade, crítica e reflexiva, ainda é muito pequena, diante daqueles que passam pela vida sem considerar importante inflar o cérebro. Por outro lado, passo a crer, que ora bolas, estes são mais felizes que os pensadores, pois vivem mais e filosofam menos.
Será?!.
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4 comentários:
nem fale! Mas não é novidade termos que sair de Candiota e ir a Bagé para fazermos certas coisas! Eu mesmo, comecei a ler por influência da minha mãe, que lia um livro e dizia que era bom, assim eu lia e fui gostando da coisa. Ler é inspirador e enriquecedor, ler revistas, jornais, para mim, não tem o valor de um bom livro (não que eles não tenham valor, por favor, tem, e bastante, de informação) mas ler um livro, conseguir entrar na história, imaginá-la, ou crescer com ela, é muito gostoso! Só quem lê sabe o "sabor" disso! Temos também que analisar que a população muitas vezes se acomoda e quando há outro tipo de demonstração cultural, fora as nossas tradicionais, como teatro e etc (raramente), muitos não prestigiam. Em Bagé existem peças muito boas por atores de lá mesmo. Coisa que por aqui não dá certo! Digo por experiência própria, participei de um grupo de teatro, a peça era bacana, engraçada, e as pessoas não iam ver, tinhamos que combinar com as escolas de levarem os alunos, quase que uma obrigação hehehehe ao menos saiam de lá elogiando, enfim! Cultura é muito bom! Até os papos ficam bons quando estamos falando a respeito, discutindo, criticando, são assuntos que enriquecem. Isso tudo a meu ver, peço que não me julguem pelo meu modo, diferente (ou nem tanto), de pensar dessa vez. Beijos
A carência é fato e o interesse do privado é quase nulo, pq partem do principio que o retorno tb o é... Eu como uma adoradora de livros, se existissem mais cafés livrarias como o DOM DA PALAVRA em Pelotas seria bemmm mais feliz...
A solução, a curto prazo, (paleativo claro) para as cidades menores é um programa do Governo Federal que chama Pontos de Cultura, eh parceria do setor Público com OSPIS, e vai incetivar todo o tipo de manifestação cultural nos municipios.
Um pouco de interesse político ajuda bastante!!!!
Onde não tem uma lucratividade considerável, não há investimento por parte privada... E INFELIZMENTE, aqui na nossa região Sul do Estado, existe um considerável atraso e até algum preconceito para investimentos em termos das áreas culturais... Acredito que a única maneira de vermos uma melhoria nessa área seria um forte investimento do Governo, pq se depender das empresas que visam lucro, vamos continuar a Ver navios... se tivermos uma visão bastante crítica do assunto veremos que poucas pessoas se interessariam em ter como atividades rotineiras assistir a uma peça de teatro semanalmente, ou comprar um livro todo mês... E menos ainda pagar os valores que seriam propostos pelas empresas q investissem na área. Imagina, sem generalizar, quantas pessoas pagariam pra ver uma peça de Teatro semanalmente em Pinheiro Machado, Candiota, Bagé, etc? seriam pouquissimas, de graça já é dificil...
Para os que gostam de ler: foi reinaugurada a Biblioteca Pública de Pinheiro Machado, na esquina da Rua Florentino Bueno com a Rio Branco, só em livros novos são 1000 exemplares, e de graça gente!!! é só se cadastrar. A partir do dia 12 de julho funcionará das 8h30min às 11h30min e de tarde das 13h30min às 17h30min. E em breve também funcionará um Telecentro junto a Biblioteca com internet banda larga. Então, amigos nem tudo está perdido, podem começar a ler.
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