Por Luiz Henrique Chagas da SilvaSei que com este posicionamento estarei contrariando a muitos e, em contrapartida, defendendo a ideia de outros tantos. Julgo que os desfiles de cavalarianos em Pinheiro Machado, classificados como temáticos e que ocorrem há cerca de 27 anos, ganharam notoriedade em razão das exigências do seu regulamento que não permite a utilização de recursos que não sejam de emprego do homem do campo, principalmente no que se refere a montaria e representações alegóricas.
Se verificarmos a diversidade de temas que já foram apresentados ao longo desses anos, indiscutivelmente, faremos a constatação que já se falou de assuntos de elevada importância folclórica, histórica e cultural. Desde todas as fardas e armas utilizadas pela Brigada Militar nos anos da Guerra Farrapa; a erva-mate, do seu plantio ao consumo; Mouros e Cristãos; Vida e Morte de Sepé Tiaraju; a trajetória de Teixeirinha; a Maçonaria e a Revolução Farroupilha; a Mulher Gaúcha e seu trabalho durante a guerra e tantos outros.
Credito toda esta diversidade de assuntos, com as maravilhas neles apresentadas, ao fato de que sempre houve a liberdade de escolha dos temas por parte dos Piquetes e que, na medida em que for definido o tema a ser abordado, nosso desfile perderá em muito.
É preciso considerar que com todas as nossas limitações, desde o tão criticado dispositivo de desfile (erros que eram apontados e que não foram corrigidos) até mesmo a inexistência de uma estrutura mínima para dar atendimento aos mais exigentes, nosso desfile foi considerado o “mais autêntico do Estado”. Parece-me que não podemos abrir mão de nossa característica e partir para o uso de caminhões, tratores e até mesmo cavalinhos que “os olhos brilham” e “cospem fogo pelas ventas”. Não teremos dinheiro para contratar carnavalescos do Rio de Janeiro para construir alegorias aqui. A velha carreta de boi deve continuar sendo o principal meio de interpretação do tema.
Não somos e não seremos como outras localidades, que com sua história, trabalho bem dirigido, buscaram e tem conseguido aumentar o número de cavalarianos nos desfiles. Não é este o nosso objetivo. Aqui, não conseguiríamos ter um número espantoso de equestres, então, que busquemos continuar tendo o desfile temático “mais autêntico” do Estado.
Para Meditar: "Sempre que te perguntarem se podes fazer um trabalho, responde que sim e te ponhas em seguida a aprender como se faz." - F. Roosevelt
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