Buscando Rumos: Guerra civil

Por Luiz Henrique Chagas da Silva

Podemos ser absolutamente leigos , mas não somos cegos ou idiotas. O que está acontecendo no Rio de Janeiro, recentemente citado em campanhas eleitorais como modelo de combate a criminalidade, é uma guerra civil, ou o que justifica a presença de carros de guerra das Forças Armadas circulando pelas ruas?

Fala-se em todos meios de comunicação e em todas as oportunidades que o Brasil está preparado para realizar a Copa do Mundo e Olimpíada, porém o que se vê organizar dia a dia, são facções criminosas, é o crime tomando proporções assustadoras, é o cidadão acuado, é o poder público sendo desmoralizado diariamente. São carros incendiados, são prédios públicos e em especial destinados ao policiamento metralhados, e os policiais brasileiros são acusados de “matar demais”, sendo isto um reflexo do elevado número de confrontos com aqueles que vivem a margem da Lei.

Desconheço na totalidade os problemas apresentados pelo Rio de Janeiro no tocante a segurança pública, mas sou capaz de apostar como grande parte dos envolvidos nestes atos criminosos (ou seriam terroristas?) tem idade entre quinze e dezessete anos. Na hora de decidir quem irá governar o País, os Estados e os Municípios, quem irá legislar, com dezesseis anos são capazes, porém quando atacam, agridem, matam, são “menores indefesos” e aí são encaminhados para uma casa de correção, das quais ao sair, não mais do que três anos depois, tornam-se absolutamente primários, isto é, todos os crimes que cometeram anteriormente são esquecidos pela comunidade.

Na selva, quando dois leões se encontram, travam uma luta feroz de domínio do espaço e, após a “batalha”, evidente que resta um vencedor e um vencido. O leão derrotado bate em disparada, buscando outros territórios, buscando outros espaços para firmar seu reinado, mas nem por isso, nem pelo fato de ter sido derrotado, deixa de ser leão. Continua uma fera, um predador, um temível animal. Este fato não irá acontecer no Brasil? Será que os leões derrotados (criminosos) expulsos de suas selvas (favelas) não irão migrar e procurar estabelecer seus reinados em outros Estados? Porque o que está acontecendo no Rio de Janeiro não é a prisão dos deliquentes como meta principal, mas sim, expulsá-los de suas fortalezas, desmantelar suas organizações, mas continuarão na qualidade de “leões vencidos” a procura de outros espaços para exercer seus domínios.

Resta-nos uma pergunta: se entender que o Rio Grande do Sul, por sua localização, economia, etc, é um ótimo território, será que teremos leões suficientemente fortes para combatê-los e vencê-los? Iremos capturá-los ou os mandaremos para outros territórios como está fazendo o Rio de Janeiro?

Para meditar: "Nunca andes pelo caminho traçado, pois ele conduz somente onde outros já foram." - Graham Bell

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