Risos, deboches e espantos. Apesar da reação, a sala de aula lotada mostra a curiosidade. A professora começa instruindo a necessidade de impor limites desde o primeiro momento de vida. Da alimentação correta, temperatura ideal do ambiente e até mesmo das palavras ditas: tudo muito bem explicado. No segundo encontro, os alunos recebem um exemplar do Vade Mecum Para Pais (o VMPP). Sim, para pais!
A ideia é estabelecer um tempo, antes do nascimento do primeiro filho, para a preparação. Desta forma, até que o rebento venha ao mundo, é possível aprender como educar corretamente. O VMPP seria um daqueles livros obrigatórios e indispensáveis. A maneira ideal de evitar aquela velha frase logo nos primeiros anos de vida. E que muitos pais falam aos professores, quando são chamados na escola:
- Não sei mais o que faço com o fulaninho, ele não me obedece!
Alguns pais confundem amor com total liberdade. Educar não é deixar a criança fazer o que quer só porque é pequeninho e bonitinho. Enquanto o bebê, de oito ou dez meses, dá tapa na cara do irmãozinho mais velho e é incentivado aos risos pelos pais, o irmão mais velho é repreendido por tentar esquivar-se. E as conseqüências são inevitáveis: brigas e falta de respeito fraternal.
Não dá pra dizer que este ou aquele é um pai ou mãe perfeito. (Afinal, quem somos para julgar alguém?) Ou então, que aquela mãe fracassou na tentativa de educar.
Mas, o importante é saber que o que é dito ou feito na frente de uma criança vai refletir em seu caráter no futuro. Se eu não quero que ele seja agressivo, não devo ter atitudes agressivas, nem incentivar brincadeiras que envolvam brigas, empurrões, tapas ou quaisquer coisas do gênero.
E isso não é exagero, não! Da mesma forma, se não quero um filho que me faça passar vergonha com palavrões, não devo incentivá-lo a falar, nem tampouco dizer algum deles para o pequeno ouvir.
Rir e contar o que a criança faz de errado para outras pessoas, na frente do pequeno, também é incentivar e dar o aval para que as coisas continuem funcionando assim.
O curso preparatório para pais não existe... ainda. Mas, acredito que ajudaria muita gente a se encontrar na educação dos próprios filhos. A educação dos filhos não é genética, é reflexo exclusivo do que é ensinado e mostrado pelos pais (ou pessoas de convivência íntima)!
Educar é um ato de amor. Dizer “não” é, muitas vezes, a melhor forma de demonstrar esse sentimento. No entanto, o sofrimento temporário do filho que não teve o consentimento dos pais, leva o genitor a desistir da palavra e aceitar, dizendo “sim”. O problema é saber a diferença entre o bom e o ruim e entender as conseqüências reais das duas decisões.
Um curso preparatório poderia ser a opção ideal!
E todos nós deveríamos participar...
Escrito Por Rosângela Garcia em 22 de fevereiro de 2011
2 comentários:
Concordo com vc! Acredito que todos os pais deveriam ter um cursinho preparatório. Bom, lá em Caxias, um primo meu e a esposa participaram de um, pelo menos que instruiu os cuidados básicos com o bebê nos primeiros meses. Acredito sim no tal instinto materno e até paterno, mas os pais, especialmente os de primeira viagem não são obrigados a saber tudo. Gostei do artigo, abraços.
Oi Rosângela! Gostei mt do texto, apesar de ser suspeita, pois, além de admirar teu trabalho, gosto da forma como escreves.O artigo me remeteu a um curso que fiz no Senac, quando estava na faculdade, de baby sister(?), naquela época com 18 anos não sabia dos cuidados mínimos com as crianças...enfim, numa sociedade sem limites, onde o "ter" sobrepõe o "ser", nada mal a tua ideia, afinal, como tu mesma afirmaste: "Educar é (acima de tudo)um ato de amor"!!!Forte abraço
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