Por Nadiane Momo
Neste domingo, mais uma vez e com toda a força, a Rede Record exibiu no Domingo Espetacular, uma reportagem sobre o presidente da CBF Ricardo Teixeira. Sem medo e aplicando as nuances do jornalismo investigativo, o âncora e repórter Paulo Henrique Amorim, relembrou as denúncias de fraudes e recebimento de propinas que iniciaram na Europa, além de buscar explicar as razões pelas quais a toda poderosa Rede Globo não divulgou ainda em programas jornalísticos conceituados como o Jornal Nacional as denúncias.
Assistir esta reportagem me despertou a indignação contra as inevitáveis relações de poder. As relações de mercado e ambição estão presentes em todos os segmentos da sociedade, mas a imprensa, por ser o quarto poder, deveria estar imune. Mas não está! Nem mesmo a grandes emissoras de TV e rádio, jornais e revistas escapam. O jornalismo ético e sério, comprometido com a verdade nua e crua vem se dissolvendo frente o desenfreado mercenarismo de seus proprietários, muitas vezes jornalistas corrompidos ou “escrevinhadores” ambiciosos. Isso tudo em nível internacional, nacional, estadual, regional...
São poucos, porém ainda valiosos os veículos desvinculados de interesses empresariais e pessoais e estes, merecem nosso aplauso, respeito, consideração e principalmente cuidado dos restantes ainda editores heróis que em época de uma iminente desmoralização da mídia, ainda conseguem praticar o jornalismo.
Levar informação com interesses aquém da própria informação e compromisso com o leitor/ouvinte/espectador nem deveria ser chamado de jornalismo. Vou sempre brigar pela ética, mesmo que termine miserável, pois jamais teria orgulho de eu própria ao olhar no espelho, ao saber que pratico o inverso de tudo aquilo que minha formação me ensinou. Tive uma professora (e talvez ela leia e saiba que estou falando dela) que sempre brigou por isso, deixou muitos empregos, outros a deixaram, porém, tenho certeza que ela tem honra, respeito ao que leu, estudou e praticou e tão somente por ser quem ela é, é que é um exemplo de jornalista que eu e muitos colegas sempre vamos nos espelhar.
Essa decadência infeliz da mídia me entristece. O jornalismo ideológico vem se perdendo e poucos jornalistas ainda sabem o seu verdadeiro papel ou, se frustram frente à veículos repulsivos em nome da sobrevivência. O jornalista, aliás o jornalismo eficaz é aquele capaz de causar positivas e significativas mudanças dentro do contexto de abrangência. Exercer a denúncia, ouvir a comunidade, seus anseios, propor melhorias, criticar com sugestões e não impor ações políticas fazendo com que lideranças tenham medo de manchetes.
E é exatamente neste cenário que se fortalecem os blogs e demais espaços virtuais. Os blogueiros como os da nossa região, na maioria pratica o repasse de informações com o intuito de informar, atrair mais acessos e até mesmo publicidade. Hoje em dia na região, os blogs do Tiago e Pablo em Pinheiro Machado e Candiota, respectivamente, tornam-se cada vez mais referência, justamente porque o internauta/leitor encontra os dois lados. Pode exercer a opinião, o debate, a crítica, e porque não, auxiliarem no desenvolvimento da sociedade. Por isso não me canso de elogiá-los e apelo para que mantenham exatamente esta postura, que muitos que se dizem jornalistas e até mesmo que são formados, não têm, como se tivessem rasgado o diploma.
Por outro lado, tenho observado um lado negativo desta democracia virtual. As Prefeituras da região o que dão a entender, estão começando a agir a partir de postagens. Claro que a ação é bem-vinda, porém deveria ser um compromisso lógico das administrações que não deveriam agir apenas a partir de comentários ou postagens.
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