28 de jan. de 2012

Emater realiza palestra sobre produção orgânica

A palestra realizada pela médica veterinária da Emater Sônia Desimon apresentou questões ligadas a produção orgânica. Sônia afirma que a região tem características favoráveis, baseadas principalmente no público composto na grande maioria de pecuaristas familiares, com características de produção que se enquadram na legislação orgânica.

Percebendo estas potencialidades, a Emater está trabalhando com esses produtores na tentativa de modificar o que ainda falta para que eles passem a produzir de forma orgânica, com intuito de atingir mercados diferenciados com preços valorizados.

Hoje a principal vantagem da produção orgânica é o menor uso de produtos químicos, o Brasil é o maior consumidor de químicos do mundo, e isso pode trazer consequências negativas para a saúde. O próprio manejo do veneno por parte do produtor se expõe acarreta problemas para a saúde.

Salienta-se ainda a importância do mercado interno, mas como ainda não existe oferta, é necessário tempo para adaptação das propriedades e conhecimento do produto. Alguns mercados institucionais dão preferência a produção orgânica, o PENAI – Programa Nacional de Alimentação Escolar, compra preferencialmente alimentos orgânicos; PAA – Programa de Aquisição de Alimentos e o Fome Zero, todos programas do governo valorizam a compra do produto orgânico, tendo-se assim mercado garantido.

Quanto ao solo, a menor utilização de venenos ajuda a diminuir o problema de infiltração. O Rio Grande do Sul está em cima de um grande manancial de água subterrâneo, e ao longo dos anos, o uso de agrotóxicos acaba contaminando este manancial, e como a água é um ciclo, não adianta ter grande quantidade sem qualidade e imprópria para consumo.

A legislação que controla a produção orgânica é muito ampla quanto as exigências, porém, proibi o uso de produtos químicos no controle de verminose, que devem ser substitutos por homeopatias e fitoterapias. O manejo adequado do solo também é responsável pela diminuição de verminose e outros agressores de uma maneira natural. Ainda faz parte desse processo a seleção de animais mais resistentes, que promova a menor utilização de químicos. Vacinas são permitidas mas há restrições quando a alimentação que não for de origem orgânica.

Também são salientadas questões ligadas ao bem estar do animal, evitando-se áreas muito confinadas, dificuldades na apreensão de alimentos e outras situação de desconforto que possam trazer algum mal estar.

Os números de produção no Brasil ainda são tímidos. Apenas os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul tem produção expressiva, com 13 grandes propriedades e 55 mil cabeças. Porém, a comercialização deste produto não é para o mercado interno. A Europa é o principal comprador de produtos orgânicos brasileiros. No Reino Unido por exemplo, existe uma conscientização bastante grande sobre o consumo de produtos de origem orgânica. A Europa como um todo procura este tipo de consumo e se preocupa com a questão social. Lá existe um trabalho de divulgação dos benefícios, o que não acontece no Brasil onde o consumidor conhece muito pouco sobre a cultura orgânica e não quer pagar mais para consumir.

Germano Neres
RP 12.721
Assessoria de Imprensa - Laruê Agência

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