3 de jul. de 2012

Trânsito e Legislação - O extermínio dos motociclistas




Por Victor Duarte
Nesta semana fui surpreendido com dois acidentes com a morte dos motociclistas, embora tenha certa experiência nesse tipo de evento me chocou bastante a violência como aconteceram esses acidentes.

Os brasileiros estão morrendo mais em acidentes com transporte terrestre, principalmente quando o veículo é motocicleta. É o que aponta o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, cujos dados de 2010 revelam: 10.143 pessoas morreram por ocorrências com motocicletas. Em nove anos (de 2002 a 2010), a quantidade de mortes ocasionadas por acidentes com motos quase triplicou no país, saltando de 3.744 para as atuais 10.143 mortes. Só em São Paulo, o número de mortes totalizou 1.518, no ano passado.

Para se ter uma ideia de como estamos próximos a essas tragédias, só neste ano já foram 17 acidentes fatais com motos, na cidade de Pelotas, e o número de acidentes, nas estradas federais, no recente feriado de Corpus Christi, cresceu 38% em relação ao mesmo período do ano passado. A Polícia Rodoviária Federal atribuiu o crescimento dos acidentes fatais ao mau tempo registrado em muitas regiões do país. Por mais que as condições climáticas tenham influenciado no aumento dos óbitos, a imprudência, a ilusão de invulnerabilidade e o desrespeito às normas de trânsito continuam sendo as principais causas dessa carnificina.

Os números revelam que o país vive uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o Brasil ocupa o quinto lugar em ocorrências como essas. “Estamos atrás apenas da Índia, China, EUA e Rússia”.

Os índices de crescimento no número de mortes em consequência de acidentes com motocicletas são ainda mais alarmantes. Em nove anos, os óbitos ocasionados por ocorrências com motos mais que triplicaram na Região Sudeste, saltando de 940, em 2002, para 2.948, em 2010 – um crescimento de 214%. Os óbitos cresceram 165% no Nordeste, 158% no Centro-Oeste, 147% no Norte e 144% no Sul.

Nesse ano, segundo o ministério da saúde, os números do primeiro semestre apontam 35.700 internações de vítimas de acidente de motocicleta, o que representa quase 50% das internações.

De acordo com o SIM, entre 2002 e 2010, o número total de mortes por acidentes com transporte terrestre cresceu 24%: passou de 32.753 para 40.610 mortes. Entre as regiões, o maior percentual de aumento na quantidade de óbitos (entre 2002 e 2010) foi registrado no Norte (53%), seguido do Nordeste (48%), Centro-Oeste (22%), Sul (17%) e Sudeste (10%).

As tragédias não estão restritas somente as motocicletas, cabe salientar o grave acidente, a poucas semanas, em Belo Horizonte, onde na capital mineira três pessoas foram mortas por uma carreta sem controle, onde o motorista havia sido multado momentos antes numa rodovia por excesso de peso na carga transportada. Alegando falha mecânica (falta de freios) avançou três sinais, colidiu com vários carros e matou três pessoas, dentre elas um jovem casal de namorados, no interior de um veículo.

Mais um homicida do volante que agora será indiciado por crime doloso, mas seus advogados, que nem precisam ser tão bons, conseguirão mudar para crime culposo, pois assim determina a lei.

Na madrugada de terça-feira, 12/06, um outro grave acidente matou pelos menos 10 pessoas, passageiros de uma van de turismo. A tragédia ocorreu numa rodovia federal na região central do Paraná. Segundo a Polícia Rodoviária Federal o motorista do caminhão contou a mesma história de sempre que perdeu o controle do veículo, invadiu a pista contrária e bateu de frente com a van. Resultou ferido e foi encaminhado ao hospital. Mais um assassino ao volante que seguirá impunemente pelas estradas desse no país de leis brandas.

Parece mesmo que não vamos conseguir frear os irresponsáveis do volante. Relatos de tragédias no trânsito brasileiro prosseguem no cotidiano da barbárie de rodovias e vias urbanas.

Tudo isso não deixa dúvidas sobre a impotência da sociedade e de governos diante da epidemia de acidentes de trânsito. Hoje no país estamos mais preocupados em cuidar do meio ambiente e salvar animais em extinção (deixo claro que não sou contra essas práticas, apenas penso que em uma ordem os humanos deveriam ser os primeiros a serem preservados) do que salvar seres humanos e por último aguarda-se a liberação dos ciclos elétricos ao que penso será uma chacina legalizada, pois se motociclistas com seus veículos com motores mais potentes estão sendo dizimados pela violência do trânsito, imaginem veículos pequenos, silenciosos e com sinalização precária e seus condutores sem a mínima noção de trânsito ( digo sem noção pois o projeto não exige habilitação para a condução e, consequentemente, conhecimento sobre legislação de trânsito).

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