16 de ago. de 2013

Apesar da evolução no IDHM, municípios da Campanha ainda buscam avanço no setor educacional

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil cresceu 47,5% entre 1991 e 2010. Este é o principal dado apontado pelo Atlas 2013, divulgado no final de julho, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A classificação geral do Brasil mudou de "muito baixo" (0,493), em 1991, para "alto desenvolvimento humano" (0,727), em 2010. Em 2000 o índice do país era 0,612, considerado "médio".

Levando em consideração três pontos principais: vida longa (longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e padrão de vida (renda), o estudo foi executado com base em dados colhidos no Censo de 2010. Um cenário ficou bem evidente: apesar do primeiro item ser responsável pelo conceito elevado alcançado pelo país, o índice que mais cresceu nos últimos 20 anos - de 0,279 para 0,637, ou 128% - é o mesmo que possui a avaliação mais baixa, a Educação.


E esta análise pode ser conferida na Campanha gaúcha. Fora Bagé, que atingiu um índice considerado “Alto”, o item Educação, mesmo tendo evoluído também nas demais cidades, ainda demonstra a necessidade de novos investimentos, adequações e empenho para competir em igualdade com os dois outros índices e, assim, alavancar o desenvolvimento humano.

Desenvolvimento “baixo” em Pinheiro Machado

Na posição 2.870 do ranking nacional geral de municípios, com IDHM de 0,661 e com conceito médio, Pinheiro Machado teve um único índice avaliado como “baixo” entre todas as cidades da Campanha. Exatamente o de Educação (0,499). Ainda assim, a elevação do índice foi substancial, tendo em vista que em 1991 era de 0,189 e, em 2000, de 0,394. Ou seja, no período de análise houve uma elevação de 264%.

Pelos dados apresentados, o município possuía, em 2010, apenas 42,94% da população, com 18 anos ou mais, com o Ensino Fundamental completo. Entre os adolescentes de 15 a 17, 35,26% tinham concluído a etapa escolar. O percentual mais baixo, porém, foi o de jovens de 18 a 20 com graduação no Ensino Médio: meros 18,81%. “Sabemos que o município, na época, tomou algumas providências”, sintetizou a secretária de Educação, Cultura e Desporto, Marizete Copetti Duarte.

Em processo novo de gestão, Marizete salientou que a atual administração já adotou algumas medidas não apenas para tornar os índices mais positivos, mas para garantir eficiência de ensino. “Estamos focados na formação continuada dos docentes, realizamos reuniões periódicas com as equipes diretivas para analisar questões e o desempenho dos alunos”, ressaltou. Porém, segundo ela, as principais demandas são estruturais. “Atualmente, damos prioridades a ações mais urgentes, como consertos, e buscamos a revitalização da frota escolar, que está ultrapassada”.

A secretária lembrou que Pinheiro Machado conta, desde este ano, com uma nova escola de Educação Infantil, destinada a crianças de quatro meses a cinco anos. “Para 2014, pelo menos mais 100 alunos devem entrar nesta escola”. Marizete também relatou que o Executivo passa por um processo de adequação à legislação, o qual pretende ampliar o atendimento para alunos de quatro a cinco anos. De fato, ela reconhece que a Educação Infantil necessita de mais atenção. “Precisamos de mais uma escola. Inclusive já estamos buscando viabilizá-la. Até 2016, queremos chegar aos 100% de cobertura”.

Sobre os baixos percentuais de formação apresentados, a secretária lembra que a melhoria da Educação passa, também, pela transformação da atividade acadêmica em algo mais “atrativo”. “Já aderimos a alguns programas com este objetivo. Temos o ‘Atleta na Escola’, que incentiva a participação dos estudantes em diversas modalidades; o projeto ‘Trilhos’, que estimula a leitura, a escrita e a interpretação de texto; e projetos culturais envolvendo ações extracurriculares”, disse Marizete, adiantando que, no próximo ano, um concurso visando a seleção de professores para séries iniciais deve ser realizado.  “É a prioridade. A lista de docentes para serem nomeados já esgotou”, concluiu.


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