Cerca de 3 mil pessoas lotaram, desde as primeiras horas da manhã deste domingo - 6 de outubro – o Pavilhão da Agricultura Familiar, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, onde foi o palco das comemorações alusivas aos 50 anos de fundação da Fetag. Homens e mulheres que são a Federação e fizeram ou fazem parte de sua história. Assim como aqueles sindicalistas que, há cinco décadas, oriundos de oito Sindicatos de Trabalhadores Rurais, fundaram a Fetag nos porões da Cúria Metropolitana.
Uma história escrita com suor, sementes, água e terra, além de trabalho e sonhos. Uma trajetória que começou pouco antes da ditadura militar e que tinha, como era comum à época, um papel mais assistencialista, herança do presidente Getúlio Vargas. A igreja foi fundamental na fundação de sindicatos e da Fetag.
A mística de abertura do cinquentenário provocou lágrimas e sorrisos. A bandeira da Fetag, alimentos, terra, água, fogo e enxada, ao som da música Pra não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré, certamente, aqueles homens não imaginavam o dia de hoje. Nem em seus sonhos mais audaciosos pensaram que a Federação teria o papel fundamental na sociedade gaúcha e brasileira.
As palavras do presidente da Fetag, Elton Weber, enalteceram o trabalho de homens e mulheres no meio rural. Ele recordou sua própria trajetória no movimento sindical e falou, emocionado, do pai agricultor. Laudemir Müller, ministro-substituto do MDA, Heitor Schuch, da Assembleia Legislativa, Nelson Marchezan, a Câmara Federal, e o próprio presidente da Contag, Alberto Broch, disseram de suas origens na agricultura, enfatizando a Fetag com suas trajetórias de lutas e conquistas.
O governador do Estado, Tarso Genro, ressaltou a atuação da entidade e sua relação com o governo.
Durante cinco décadas, mulheres e jovens ganharam voz e vez nos sindicatos e na Fetag.
A Constituição de 88 foi um divisor de águas para o movimento sindical. Aposentadoria integral e o reconhecimento da profissão de mulher agricultora mudaram o cenário da vida no campo. Os sindicatos abrigaram, então, os aposentados, os assalariados, os pecuaristas familiares, enfim, trabalhadores e trabalhadoras rurais que representam a entidade.
Famílias inteiras, crianças, jovens, homens e mulheres de todas as idades ouviram, atentos, as falas de representantes do movimento sindical, dos governos federal e estadual, bem como do Parlamento. Cabeças erguidas, via-se orgulho nos olhos dessa gente. Orgulho de ser agricultor. Do trabalho. Da produção. De 70% dos alimentos que estão nas mesas dos brasileiros. De plantar. De cuidar. De colher. De industrializar. De vender. De plantar. De cuidar.... A mesma rotina, todos os dias, sem sábado ou domingo. Afinal, a alimentação e a ordenha dos animais não pode esperar.
Na Bíblia, Jesus contou a parábola do semeador. Tudo o que se planta em terra boa dará bom fruto. E essa também é a história da agricultura familiar. E da Fetag. Tantas conquistas, como o acesso à terra, habitação rural, políticas sociais, conquistas, que levaram 50 anos para serem construídas, à base de muita luta. Os próximos 50 anos também serão de lutas, bandeiras e conquistas. De plantar e de colher. Por maiores que sejam os avanços tecnológicos que cheguem ao campo, as mãos de homens e de mulheres que semeiam a terra vão permanecer, acompanhando o germinar da vida. Vida que brota da terra.
Churrasco e premiação
Desde quinta-feira à noite foram sendo montadas as churrasqueiras que assaram 300 costelões (cerca de 2.800kg), três mil litros de chope, um mural com a história da Fetag, o livro para as pessoas deixarem suas mensagens, o vídeo, o hino, a premiação, o bolo e os parabéns.
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