Acontece de treinador se atrapalhar por excesso de opções, mas não deve ser o caso de Abel Braga domingo contra o Corinthians. A primeira posição do time, por exemplo, a decisão que tomar será bem pensada. No mérito, Alysson permaneceria titular. No critério do técnico, Dida voltaria por ter saído por expulsão. No meio-campo, a volta de Aranguiz não se discute. A posição em disputa é a última do setor. Se der Alan Patrick, é para ter a posse de bola. Se for Valdívia o eleito, verticalidade garantida.
Caso escolha Jorge Henrique, Abel Braga estará pensando em um jogador capaz de qualquer dose de sacrifício em benefício do time. Seria o cara para se doar por Nilmar, ainda sem condição para 90 minutos.
A lateral-direita é o único lugar em que há risco de Abel Braga optar por algo que não tenha explicação.
Diogo foi muito bem contra o Fluminense. Cláudio Winck acaba de vir da seleção pré-olímpica. Ambos com velocidade e vigor, além de boa qualidade técnica.
Porém, o que se anuncia é a possibilidade de Wellington Silva voltar de lesão muscular e assumir direto aquela posição. Aí, seria um equívoco. O jogador da confiança de Abel nunca deu resposta suficiente para ser tão indiscutível como titular. É o único caso em que não conseguiria entender o critério, mesmo tentando pensar com a cabeça do técnico.
A se confirmar Dida, Wellington Silva e Alan Patrick ou Jorge Henrique nas vagas em aberto, ficaria clara a intenção do técnico colorado em ter um time todo composto por jogadores experientes cujo drama do jogo em nada afetaria seu rendimento. Nenhum dos citados tremeria contra o Corinthians domingo.
O interesse da partida está garantido por onde se olhe. Vai ser intenso, dramático, imprevisível, ainda que o favoritismo esteja com o dono da casa.
O máximo que consigo é negociar com uma só ressalva quando o assunto é três volantes. Premissa um, revogam-se as disposições em contrário: se me derem Schweinsteiger, Khedira e Kroos como volantes, jogam os três no meu meio-campo. Os caras fazem todas as funções do setor com qualidade, como tirar um do time?
Não é o caso da esmagadora maioria das equipes que apelam para o tripé de marcadores.
O Grêmio contra o Goiás, por exemplo, terá jogadores de intensa marcação, alguma velocidade e quase nenhuma criatividade. Luiz Felipe vai de trio de volantes porque o campo do Serra Dourada está fora dos padrões da Copa, embora dentro da regra nas dimensões máximas. São 110 x 75, tamanho do antigo gramado do Maracanã.
No futebol de hoje, o ideal seria que todos os campos tivessem as medidas da Copa do Mundo. Uniformidade que faz sentido. Não é assim, o campo em Goiânia está fora da curva. Para evitar desgaste de quem não sabe marcar e tentasse ajudar, o técnico escala logo três que marcam. A frente fica por conta de Luan e Lucas Coelho. Alan Ruiz e Fernandinho disputam a terceira posição de frente neste formato.
O Goiás tem um menino talentoso que não deve ficar por lá até o fim do ano que vem, tamanha sua qualidade e o interesse que já desperta em quem tem dinheiro ou tamanho. Erik faz gol ao natural, é do lugar, não sofre para colocar a bola na rede. Não é alto, tem velocidade, intuição e bate na bola com sabedoria.
Pouco mais tem o time de Ricardo Drubsky a não ser organização e muita entrega. Empatou com o Grêmio na Arena, vai ser ofensivo amanhã.
Ganhando, o Grêmio reapresenta candidatura forte para G-4, disputa que estará ainda mais acirrada até o grenal de nove de novembro. Time em obras, desempenho, também.
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