12 de set. de 2017

Meninas pinheirenses comentam sobre graduação EAD


Janaína declarou que sem a modalidade, seria difícil buscar qualificação acadêmica
A busca por cursos da Educação a Distância (EAD) vem aumentando consideravelmente na Região. No Brasil, o número de alunos novos no Ensino Superior dos cursos presenciais caiu 3,7% de 2015 para 2016, de acordo com o Censo de Educação Superior 2016. Os resultados foram divulgados na última quinta-feira, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Já na modalidade a distância, houve um aumento de mais de 20% do número de matrículas.

Estudantes da área rural aprovam 
Shaiana ressaltou necessidade de aperfeiçoamento constante

É essa flexibilidade de horários e acesso via internet aos conteúdos que atraiu a atenção de duas estudantes do interior do município de Pinheiro Machado. A concluinte do curso de licenciatura em Letras do polo Bagé da Uninter, Shaiana Fagundes Camargo, 22 anos, declarou estar muito satisfeita com a oportunidade de estudar a distância. “Vale a pena, pois moro no interior do município e estudar com flexibilidade de horários economiza tempo e dinheiro. Posso estudar em qualquer horário do dia ou da noite, pois o material fica disponível na internet”, afirmou. 

No entanto, a pinheirense alertou que a facilidade de poder escolher os horários para estudar exige disciplina pessoal. “O estudo em licenciatura é baseado na formação continuada. Por isso, temos que estar sempre atualizadas”, preveniu.

Já a estudante de Pedagogia pela Universidade Paulista (Unip), Janaína Govêa Fagundes, 25 anos, também moradora em área rural, justificou que sem o EAD, não teria oportunidade de continuar os estudos. “Como aqui em Pinheiro Machado não tinha faculdade, logo que terminei o Ensino Médio, eu teria que me mudar para Bagé, encontrar um lugar para morar e me sustentar enquanto estudo”, explicou. 

Na ponta do lápis, Janaína, que mora a 120 quilômetros da Rainha da Fronteira, teria de gastar com passagens intermunicipais (em torno de R$ 100), água, luz, alimentação, vestuário, material de estudo, e, caso pagasse aluguel, além da mensalidade, teria de gastar de R$ 800 a R$ 1 mil para morar na região central de Bagé. “Viajo uma vez ao mês, somente para trabalhos e provas presenciais, sem a necessidade de morar na cidade para poder continuar estudando”, contou Janaína. 

Apesar da facilidade de poder estudar em casa, a dependência da tecnologia pode afetar a qualidade dos estudos, como apontou Janaína: “É preciso uma boa conexão de internet, pois algumas aulas têm duração de uma hora e é tudo feito por vídeo. Sem internet, não se faz nada no EAD”. 

Ao encerrar a entrevista, ela destacou que o método adotado pela modalidade tem sido um dos principais motivadores para continuar os estudos. “Aprendo no EAD muito mais que no ensino tradicional. Recomendo, principalmente para pessoas que não têm disponibilidade de horários para conciliar estudos, família e trabalho”, enfatiza.

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