21 de fev. de 2020

Hospital de Pinheiro Machado, do colapso financeiro ao superávit

Passados quase sete anos após uma crise financeira, que culminou com a intervenção pelo município em 2013, o Hospital de Pinheiro Machado vive uma nova fase e comemora o superávit em suas contas pelo terceiro ano consecutivo. Com um orçamento de R$ 5 milhões ao ano, o hospital atende 100% o Sistema Único de Saúde (SUS) e é referência em oftalmologia para 13 municípios, cardiologia para cinco e teste da orelhinha para outros quatro. No ano passado, foram realizados em média 3,5 mil atendimentos por mês, um total de 42 mil no ano. 

Administrado pela Associação de Assistência Social de Pinheiro Machado, desde 2014, tem como presidente Guaraci Veleda, vice-presidente Ronaldo Madruga e diretora financeira, Everaldina Santos dos Santos. O trabalho da diretoria, que tem no total nove integrantes, é totalmente voluntário, nenhum de seus membros recebe pagamento por seus serviços, conta o vice-presidente Ronaldo Madruga. “Tudo o que o hospital recebe é investido no próprio hospital”, garante. 

Segundo ele, o superávit em 2019, corresponde a um quinto do orçamento do hospital. No início deste mês, a instituição reconquistou o selo de entidade filantrópica, perdido há 15 anos e, que proporcionará, além de uma série de isenções fiscais, a busca direta por recursos estaduais e federais, como emendas parlamentares, para a realização de investimentos e ampliação de serviços. 

Além disso, a União foi condenada a devolver os valores pagos através de tributos federais. Madruga, que tem como incumbência a busca de recursos junto aos governos estadual e federal, conta que o objetivo é a ampliação dos serviços oferecidos pelo hospital, sempre em conformidade com as demandas da 3ª Coordenadoria Regional da Saúde (CRS). 

“Em 2013, como vice-prefeito e secretário de Saúde, eu fazia parte da comissão que assumiu a instituição, como representante do Executivo, sob um decreto de intervenção, com cinco meses de salários atrasados, sem alvará de funcionamento, e um orçamento de 17,8 mil mensais”, relembra. 

E segundo ele, hoje todos os fornecedores e prestadores de serviços estão com seus pagamentos rigorosamente em dia, mesmo após atraso nos repasses ocorridos pelo Estado, recentemente. Além dos repasses federais e estaduais, o hospital ainda conta com o auxílio da Prefeitura, que repassa valor mensal de R$ 32 mil. 

“É um valor que ajuda, mas que chega a atrasar até seis meses devido às dificuldades financeiras do município”, lamenta. Madruga destaca que entre as grandes reviravoltas ocorridas após terem assumido a gestão do hospital foi a reestruturação do Pronto Atendimento, que era alugado pelo Executivo para manter os serviços à população. “Fomos buscar políticas de incentivo do Estado e com isto, desoneramos o município”, ressalta. 

O hospital, fundado em 1946, além dos atendimentos referenciais de oftalmologia, desde consultas até cirurgias, cardiologia e teste da orelhinha, oferece ainda serviços de pediatria, ultrassom e o pronto-atendimento 24 horas, que é a porta de entrada para os serviços oferecidos pelo SUS. Possui 57 funcionários diretos, sete médicos terceirizados e outros oito na área de oftalmologia.

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