23 de jun. de 2010

Buscando Rumos: Festa Junina


Por Luiz Henrique Chagas da Silva

Dizia-me um amigo, outro dia, que nós começamos a entender que estamos ficando velhos quando nossas conversas incluem a frase: “... Era eu, o falecido fulano, aquele que morreu” e assim sucessivamente. Pura verdade, mas outros fatores também nos levam a entender que estamos ficando velhos, ou simplesmente, que o passar do tempo não trouxe sequelas em nossas vidas, que no nosso intimo, ainda nos sentimos jovens o suficiente para fazer quaisquer coisas.

Nos meus tempos de menino ou “guri”, como queiram, lá na minha velha Herval, que até então era “do Sul”, o mês de junho era muito esperado, até mesmo com ansiedade, pois certamente teríamos uma grande quermesse no Grupo Escolar Minervina Rodrigues da Silva e, de fato as festas aconteciam com tudo que tinham direito, desde fogueira (muito alta), telegrama, prisão, recado apaixonado pelo serviço de som (um velho “caneco” e um potente amplificador “delta”) e lamentávamos quando chegava ao final.

Hoje, acho que as festas juninas já não têm a alegria de antigamente (será um sinal de que estou ficando velho?). Porém, alegram-me e me fazem voltar no tempo. Eu que não tenho muito respeito por dogmas, preconceitos, regras sociais e que busco viver cada dia como se fosse o último, que sou capaz de esquecer o dia seguinte se uma festa me proporcionar alegria, que não estou muito interessado em saber se você é um velho amigo ou o conheci hoje para tentar fazê-lo perder o ar sisudo, esmorecer da carranca e cair na festa, chego a achar que por vezes sou muito mal compreendido, no entanto, isto não me incomoda e me alegra saber que existem outros que agem exatamente como eu, e tornam-se até mesmo criança quando surge uma oportunidade.

A vida pode ser uma grande festa junina, depende exclusivamente de nós, da forma como a vemos, como somos capazes de vivê-la. Existe a nossa frente uma grande fogueira, cheia de desafios, com suas chamas de dificuldades. Saber transpô-la sem nos queimar é um dos grandes desafios. Temos os nossos telegramas diários, com os ensinamentos que recebemos do dia-a-dia; nossos recados apaixonados, até mesmo numa crítica recebida, mas que deixa bem claro que estamos sendo notados. Querer fazer da vida uma festa ou um martírio, depende só de nós, só nós somos capazes de decidir se iremos a festa ou não, se em algum momento vamos transformar em “caipiras” e ficar indiferentes as opiniões alheias, desde que estejamos felizes e satisfeitos.

Para meditar: "A beleza não está na cara, a beleza é uma luz no coração." Kahlil Gibran

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