14 de jun. de 2010

Pirâmide Invertida: Reiventar a teledramaturgia


Por Nadiane Momo

Não sou especialista em teledramaturgia, ou seja, novelas, aliás, como jornalista apenas tenho, a exemplo de muitos outros profissionais, um olhar e ouvido crítico e apurado sobre tudo o que ouço, leio e vejo, exercendo o censo crítico no cotidiano, tanto nas relações que possuo, como através da televisão. Pode ser contraditório, mas eu assisto TV para me divertir, já que trabalho com informação, e dentro deste contexto sou uma noveleira assumida. Mas te convido a refletir comigo sobre as novelas e também olhar sempre com critério, buscando extrair lições positivas.

Podemos notar que as novelas da Globo estão já ultrapassadas, precisando de novos autores, novas ideias e quem sabe, novos atores. É só analisarmos as últimas tramas para percebemos que parece haver uma fórmula linear que passa por todas as histórias, senão vejamos: Há histórias de irmãos que se apaixonam e, depois, descobrem que não são irmãos. Ex, Nelinha e Zeca (Tempos Moderno), Lara e Halley (A Favorita). Há empresários que perdem as ações ou a empresa, ficam pobre e depois as recuperam. Há também rico que fica pobre, pobre que fica rico.

Mas há também as cenas campeãs, aquelas que uma pessoa está prestes a partir de um aeroporto e a outra, seja filha ou namorada ou esposa, vai correndo no aeroporto impedir o vôo. E casais namorando e correndo na beira da praia então? Essa é mais comum, fora que sempre há um vilão, uma mocinha, uma perua, e gente querendo dar golpes. Enfim fórmulas prontas, onde só mudam atores e cenário.


No meu ponto de vista, a vida das pessoas de modo geral, claro, que em alguns casos é parecida com de certos personagens, mas, há muitas outras histórias interessantes da vida real para serem retratadas nas novelas, já que a TV tem que passar proximidade e identificação com o telespectador. Na vida da maioria dos brasileiros que são pobres, e podres de verdade, não os pobres da novela da Globo, há paixões, decepções, batalhas, superações e com um pouco mais de criatividade podem virar novela. Claro que como jornalista, sei que o telespectador, muitas vezes, prefere se iludir com histórias infundadas, mas há uma parcela da comunidade que reflete.


Por outro lado, quero parabenizar a Record, por estar apresentando tramas diferentes, dou como exemplo a novela que já acabou, a Poder Paralelo, que abordou como nenhuma outra, e com toda a propriedade possível e qualidade, a situação do tráfico de drogas no Brasil, da política, da corrupção. Onde os personagens vestiam ‘roupas de verdade’ e não de grifes inacessíveis e futurísticas. É preciso reinventar a teledramaturgia do Brasil, especialmente da Globo, sendo este um dos únicos programas que o brasileiro ainda prefere, já que telejornais e programas de entretenimento vem perdendo a audiência cada vez mais, dia após dia.

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8 comentários:

Marilete disse...

Perfeito o teu artigo. Eu já não tenho mais paciência para assistir as novelas da Globo,INSUPORTÁVEIS.
Adorei Poder Paralelo, deixou saudades.
Está na hora de reiventar a teledramaturgia.

Tiago Fagundes disse...

Isso sem contar a última semana de cada novela.
Os vilões se dão mal, uns morrem, outros vão presos.
Já os mocinhos, todos se dão bem. Muitos casamentos, muitos nascimentos de bebês e todos vivem felizes para sempre.
Realmente, uma chatice.

Unknown disse...

Acho contraditório, falares que a Record faz novelas realistas, sendo que o canal apresenta "os mutantes"... Mas nada contra a quem gosta, Eu por exemplo adoro uma novela com muita cena de aeroportos e corridas na praia, pois como bem disse vejo-as pra me entreter! Da realidade eu conheço bem e ela já me tira tempo demais todo dia!! deixa a teledramaturgia ter FINAL FELIZ! :D

Niaia disse...

Tens razão.
Eu ando cansada das novelas, porém não consigo ficar sem assisti-las. Contraditório não?
Gostei de Viver a Vida porque não tinha um vilão explícito, era apenas uma irmã ciumenta e sincera.
É isso que eu acho que deveria ser mostrado. Uma vida normal em que as pessoas mostram seus sentimentos, passam por problemas como todos passamos sem ter uma pessoa que se dá bem o tempo todo fazendo o mal e, como diz o Tiago, na última semana tudo vira.
Não só as novelas, mas os programas da Globo estão deixando a desejar. O Fantástico, por exemplo, é fantástico que ainda esteja no ar, de tão chato.
As outras emissoras estão apresentando programas muito mais inteligentes e que prendem o telespectador. Como o CQC entre outros.
No período da copa, também, a Globo não fala de outra coisa senão jogo, tudo bem que está na época disso mas pra quem não gosta muito de futebol fica sem opção. Ai só resta mudar de canal mesmo.
Realmente a Globo precisa se modernizar e reestruturar seus programas.

Nadiane C.S.Momo Spencer disse...

Letícia, me referi a realidade da Poder Paralelo. "Mutantes" é uma idiotice. Abraço. Tiago, Marilete e Niaia, obrigada pelos comentários.Abraço!!!!

magnun disse...

Eu sugeriria não a reinvenção da teledramaturgia, mas a sua abolição da TV brasileira. Como seria impossível, preencho o meu tempo com outra coisas (o que não quer dizer que sejam mais úteis) no horário das novelas, e assim as evito.

Anônimo disse...

Para quem só repete: " eu como jornalista", escrever: trafego de drogas, é fogo: não seria "tráfico?"

Nadiane C.S.Momo Spencer disse...

Sim meu querido Anônimo, pq não diz que és antes? Sou jornalista sim, graças a Deus obrigada, mas isso não quer dizer que deixe de ser HUMANA ou que cometa ERROS, assim como todo mundo. No mais vc erra, no meu ponto de vista em não aparecer né? Se esconder atrás do anônimo. No mais, muito obrigada pela correção, já peço ao meu querido Tiago que arrume por gentileza.