25 de fev. de 2011

Buscando Rumos: Efeito Tiririca?

Por Luiz Henrique Chagas da Silva

Classifico como condenável a atitude de algumas pessoas, em especial de profissionais da comunicação, que dedicam seu tempo para menosprezar, tentar desclassificar as vitórias de candidatos como Tiririca e outros. Parece-me que tais pessoas nada fizeram senão exercer o seu direito de concorrer e, portanto, não podem ser alvo de criticas, mas os fatos acima, tem gerado um fenômeno já conhecido como “Efeito Tiririca”, como se esta tivesse sido a primeira oportunidade durante os diversos processos eleitorais no Brasil, em todos os níveis. 

Já vivemos o efeito Enéas, e outros tantos, em que em razão da grande votação de determinados candidatos, outros acabam eleitos com votações que não os colocariam em tal situação, isto é, pela votação obtida não estariam entre os escolhidos pelo povo, mas que, em razão da fórmula, acabam assumindo uma cadeira no legislativo, e o eleitor “dá o tiro no tigre acaba acertando a zebra”. 

Arrasta-se no legislativo federal a busca pela reforma política. Renova-se o legislativo federal, renova-se o executivo federal e esta proposta não sai do papel. Será que agora vai? 

Entre medidas não menos importantes, uma delas chama atenção daqueles que anseiam por mudanças e acho que a sociedade como um todo, também o deseja, tendo em vista que é a grande responsável por frustrar e não permitir a verdadeira expressão da vontade popular, eis que não raramente coloca como eleito candidatos menos votados em detrimento de outros que obtiveram maiores votações. A esta difícil base de cálculos, deu-se o nome de “proporcionalidade pelo coeficiente eleitoral” (mais ou menos isso), o que faz com que muitas vezes candidatos escolhidos pelo voto popular deixem de ocupar uma cadeira devido a soma de votos da legenda ou da coligação, o que, no meu mísero entender, pode ser classificado como uma enorme injustiça e uma forma que desconsidera a escolha do eleitor. 

Este fenômeno ou esta fórmula adotada em nosso país, me parece que, se objeto de consulta popular, seria excluída do sistema eleitoral de forma esmagadora. Não acredito que possa haver um só eleitor que, inobstante o fato de o voto não ser facultativo, vá exercer o direito do voto, e escolha um candidato tão somente porque está coligado ou constituindo legenda com outro candidato de maior potencial, em linha geral, as pessoas votam nos candidatos de sua preferência, pouco ou nada importando legendes ou coligações. 

Quem sabe o bom senso predomine neste país e possamos ter, já nas próximas eleições, tanto federal, estadual, como municipal, estabelecido o fim da “proporcionalidade” e que, concluída a votação, sejam considerados eleitos aqueles que obtiveram as maiores votações, independente de outros cálculos, coeficientes ou quaisquer meios que possam alterar a vontade do eleitor. Quem sabe assim possamos afirmar que as eleições traduzem realmente o pensamento do povo e que tenhamos nos representando nos legislativos, aqueles que a maioria escolheu e não aqueles que fórmulas já condenadas acabam diplomando. 

Os meios de comunicação dão conta que está sendo estudado o assunto e que os nossos legisladores tomaram uma decisão importante: Designaram uma comissão. Diz o provérbio popular: “Se queres que um problema não tenha solução, nomeia uma comissão”. 

Para refletir: "Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos." - Eduardo Galean


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