Por Vera Oliveira
Tenho um amigo, ex colega de trabalho, que diante de calamidades e tragédias, naturais ou provocadas pelo homem, costuma dizer que tem gente demais no mundo.
Eu não sei se tem gente demais no mundo, a despeito de ainda existir pessoas reproduzindo-se feito coelho, sem auferirem, no entanto, renda suficiente para proverem o próprio sustento, quanto mais às necessidades de uma criança. Economizo adjetivos, com vergonha de verbalizar as coisas feias que penso sobre quem bota filho no mundo pra passar trabalho.
O resultado dessa fertilidade toda é o aumento desordenado da população com a conseqüente proliferação da pobreza e da ignorância, determinando,ano após ano, a criação de novos programas governamentais com o propósito de atenuar a fome e promover o acesso dessa população aos serviços públicos sociais (saúde, educação,por exemplo). Dentre esses programas, um dos mais conhecidos é o bolsa família, que faz parte do chamado plano“Brasil sem Miséria”, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome(MDS) e que tem como objetivos, dentre outros, além da transferência direta de renda, criar condições para a emancipação sustentada dos grupos familiares que contempla. Deve ter, portanto, caráter temporário e emergencial.
Pois bem, segundo noticiado, o governo federal deu um plus no bolsa família, aumentando o número de benefícios variáveis por família, que agora contempla até o limite de 5(cinco) filhos menores de 15(quinze) anos (antes era até 3(três) filhos) e criou, ainda, um abono extra para as mulheres grávidas e lactantes atendidas pelo programa. Está previsto, ainda, o chamado “retorno garantido” para as famílias que abandonaram o programa por auferirem renda acima do permitido, caso retornem à condição de pobreza. Ao remunerar as famílias pelo número de filhos o programa bolsa família incentiva o aumento da natalidade, contrariando, desse modo, o seu objetivo principal de erradicar a pobreza ou atenuá-la, de forma que a vulnerabilidade social atinja o menor número de indivíduos. O direito do cidadão à assistência social está garantido pela Constituição Federal, e deve incluir, além do socorro emergencial e temporário, o acesso aos programas sociais, concomitante com o aprendizado e/ou aprimoramento profissional, de tal sorte, que ao invés de receber o pescado, já morto e congelado, o cidadão aprenda a enfiar o anzol e pescar o próprio peixe. Dentro desse contexto, não se concebe um programa governamental de assistência às famílias necessitadas, com inclusão social e erradicação da pobreza, sem criar regras e incentivos que contemple e premie o planejamento familiar e a paternidade consciente.
A não ser que os objetivos sejam outros...
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3 comentários:
Na mosca! E o que dizer do saco sem fundo do MST? Já pararam para pensar quantos bilhões de reais escoam pelo ralo da "reforma agrária" para a produção de absolutamente nada...
Alguem tem uma ideia do que fazer com aquele povo pobre lá dos acentamentos?Senão judar para que permanessam na terra ao invés de virem pra cidade e formar favelas.
Esse tipo de política é muito séria para ser comentada assim em poucas linhas...então faço uma pergunta?O que faz uma mãe com mais de 5 filhos menores,sem trabalho,sem comida,sem marido,sem ajuda?Saltarão 158.548,79 pessoas comentando sobre todos os programas possíveis,sobre camisinha e blá blá,mas as crianças já nasceram!!!Será que devemos "matá-las" para exemplo de outras mães? "Um homem que nunca sentiu fome, dificilmente entenderá quem a sente." Abraços,não é nada pessoal é somente a minha opinião.
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