22 de jul. de 2010

Coluna de Quinta: Seleção deveria apostar em estrangeiro


Por Vinícius Peraça

Às vésperas do anúncio do novo técnico da seleção brasileira, responda rápido: quem joga o melhor futebol do mundo no momento? Barbada! A maioria deve ter pensado na Espanha. E o que levou a essa resposta certamente é a qualidade que a seleção europeia mostra no toque de bola e na capacidade ofensiva. Curiosamente, duas qualidades que sempre estiveram associadas ao Brasil.

Pois hoje os papeis se inverteram não apenas entre a principal seleção europeia do momento e o time da CBF. Nos campeonatos nacionais também há essa mudança de valores. Enquanto o Brasil é dominado por times que privilegiam a marcação e a disposição de seus “guerreiros”, nas maiores ligas da Europa o que se vê são equipes trocando passes e investindo no drible, na jogada bonita.

Além disso, a moda em nossos clubes e na seleção brasileira são formações com poucos atacantes e muitos volantes. Fala-se bastante nos tais “homens que chegam de trás”. Enganação! Os times estão lotados de volantes que chegam por trás, nas pernas dos habilidosos que tentam fazer algo diferente. Nos campeonatos europeus muitos times – talvez a maioria – jogam com três atacantes e até dois meias. No Brasil, falar em três jogadores de frente é praticamente uma heresia.

E a culpa dessa perda de identidade do futebol brasileiro é de quem?! Simples: dos treinadores. Enquanto na Europa os profissionais aprenderam o melhor do futebol bonito, “à brasileira”, importando jogadores, aqui se fez o caminho inverso. Há alguns anos os técnicos usam como padrão um estilo burocrático, de faltas, baseado nas jogadas de bola parada. E quando são questionados, apontam como uma tendência do futebol mundial, inclusive citando a Europa.

Portanto, se a seleção da CBF pretende voltar a ter a marca que sempre vendeu o futebol brasileiro para o mundo, da beleza e da criatividade, uma boa alternativa seria importar um profissional da Europa. Se por aqui os técnicos parecem ter abandonado a característica histórica do nosso futebol, talvez alguém que a tenha aprendido possa ajudar o Brasil a recuperar isso, dando exemplo inclusive para os clubes.

Mas isso certamente não passa pela cabeça de quem decide.

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Um comentário:

Marcelo Souto disse...

Pois é, enquanto isso assume o Muricy.. Os repórteres devem estar adorando essa tróca. Sai o Dunga,entra o zangado.